Metroviários de SP fazem paralisação nesta quinta
ÀS SETE - Protesto de 24 horas é contra a privatização das Linhas 5–Lilás e 17–Ouro do metrô, marcada para ocorrer na sexta-feira
Da Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2018 às 06h32.
Última atualização em 18 de janeiro de 2018 às 07h21.
Os metroviários de São Paulo estão em greve nesta quinta-feira. A paralisação de 24 horas ocorre como protesto contra a privatização das Linhas 5–Lilás e 17–Ouro do metrô, marcada para ocorrer na sexta-feira, 19, na B3.
Os funcionários do metrô também reclamam da privatização das bilheterias e do aumento das tarifas do transporte público, que ocorreu no início do ano.
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Na tarde da última segunda-feira, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP) mandou, por meio de liminar, que a categoria garanta ao menos 80% dos funcionários trabalhando durante o horário de pico e 60% em outros momentos do dia. A multa é de 100.000 reais em caso de descumprimento.
Para tentar evitar transtornos à população, o governo anunciou que tentará fazer um trabalho de contingência a partir das 4h da manhã.
De acordo com o secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni, a intenção é operar o maior número de estações possível. O rodízio de automóveis foi suspenso.
Pelissioni afirmou, ontem, que esperava que a greve não viesse a acontecer, porque, na visão da administração estadual, ela tem motivos políticos.
“Não temos litígio quanto aos salários e aos benefícios. Os sindicalistas são contra a concessão da operação das Linhas 5–Lilás e 17–Ouro. Eles não querem perder sua força porque não poderão mais fazer greve quando quiserem. Essa greve é política”, disse.
O sindicato, por sua vez, alega que o leilão está direcionado. Para eles, somente a CCR teria capacidade de vencê-lo da forma que está colocado no edital. Em setembro do ano passado, o Tribunal de Contas do Estado chegou a suspender o edital acatando uma denúncia do PT, que via prejuízo aos cofres estaduais.
O secretário respondeu à acusação dizendo que foi feito um roadshow para pelo menos quatro grandes grupos europeus.
“A gente não pode deixar que uma empresa que nunca operou um sistema de trem venha a operar, porque corremos um risco sério. Ao assumir duas concessões, a empresa vai transportar 1 milhão de passageiros por dia. Acreditamos que vai ter concorrência”, disse em entrevista à rádio Eldorado Estadão.
A operação das duas linhas será cedida à iniciativa privada por 20 anos por um valor estimado de 10,8 bilhões de reais.