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Mensalão: STF não vence impasse sobre forma de voto

Modelo adotado pelo relator Joaquim Barbosa para o caso do mensalão diverge do sistema do revisor, Ricardo Lewandowski. Ninguém quer ceder

Lewandowski bate boca com Joaquim Barbosa: “Não venha Vossa Excelência me ofender. Como sabe qual será minha ótica se eu não falei?”, disse Barbosa
DR

Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2012 às 21h36.

Brasília - Quando voltar a se reunir, na segunda-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) terá um impasse para resolver: o relator do processo do mensalão , Joaquim Barbosa, fez em seu voto uma divisão por itens. São oito, cada um relatando um conjunto de crimes. O revisor, Ricardo Lewandowski, dividiu seu voto de acordo com os denunciados: são, portanto, 38 partes.

Barbosa quer que, após a leitura de cada item, Lewandowski apresente suas considerações e os ministros decidam sobre a condenação dos réus. O revisor, por sua vez, só aceita apresentar o seu parecer de forma unitária, em bloco, e exige que o relator faça o mesmo.

Por maioria, a Corte decidiu nesta quinta-feira que cada um poderá apresentar seu voto da forma que preferir. Mas isso não resolve o problema. Barbosa concluiu a leitura do primeiro item de seu relatório, tratando dos crimes protagonizados por João Paulo Cunha com Marcos Valério e seus sócios. Na segunda-feira, se for seguido o rito proposto pelo relator, Lewandowski começará com a palavra. Mas não há uma decisão.

"Há um impasse, e eu não quero ser o árbitro", diz o ministro Marco Aurélio Mello, que critica a postura do relator, a quem trata ironicamente como "todo-poderoso". O presidente Carlos Ayres Britto terá a dura missão de costurar um acordo; Barbosa e Lewandowski estão irredutíveis.

Os advogados protestam contra a postura de Barbosa. "Só agora a gente entendeu a diferença entre o voto do relator e o do revisor", diz Marcelo Leonardo, representante de Marcos Valério. Ele defende o modelo apregoado por Lewandowski. "Não pode ocorrer julgamento por núcleo. Tem que ser individualizada a contuda de cada réu", afirma Leonardo Yarochewski, advogado de Simone Vasconcelos.

O presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, reconheceu nesta quinta-feira que o modelo proposto por Barbosa não é usual. Mas, segundo ele, não há empecilhos legais para um voto "fatiado": "É heterodoxo, mas não é ilícito", disse.

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Barbosa quer que, após a leitura de cada item, Lewandowski apresente suas considerações e os ministros decidam sobre a condenação dos réus. O revisor, por sua vez, só aceita apresentar o seu parecer de forma unitária, em bloco, e exige que o relator faça o mesmo.

Por maioria, a Corte decidiu nesta quinta-feira que cada um poderá apresentar seu voto da forma que preferir. Mas isso não resolve o problema. Barbosa concluiu a leitura do primeiro item de seu relatório, tratando dos crimes protagonizados por João Paulo Cunha com Marcos Valério e seus sócios. Na segunda-feira, se for seguido o rito proposto pelo relator, Lewandowski começará com a palavra. Mas não há uma decisão.

"Há um impasse, e eu não quero ser o árbitro", diz o ministro Marco Aurélio Mello, que critica a postura do relator, a quem trata ironicamente como "todo-poderoso". O presidente Carlos Ayres Britto terá a dura missão de costurar um acordo; Barbosa e Lewandowski estão irredutíveis.

Os advogados protestam contra a postura de Barbosa. "Só agora a gente entendeu a diferença entre o voto do relator e o do revisor", diz Marcelo Leonardo, representante de Marcos Valério. Ele defende o modelo apregoado por Lewandowski. "Não pode ocorrer julgamento por núcleo. Tem que ser individualizada a contuda de cada réu", afirma Leonardo Yarochewski, advogado de Simone Vasconcelos.

O presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, reconheceu nesta quinta-feira que o modelo proposto por Barbosa não é usual. Mas, segundo ele, não há empecilhos legais para um voto "fatiado": "É heterodoxo, mas não é ilícito", disse.

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