Brasil

Mendes pede que PF investigue assassinatos de candidatos

A medida foi tomada depois que a corte registrou, em todo o País, mais de vinte casos de assassinatos à pré-candidatos às eleições 2016 nos últimos nove meses


	Gilmar Mendes: a medida foi tomada depois que a corte registrou, em todo o País, mais de vinte casos de assassinatos à pré-candidatos às eleições 2016 nos últimos nove meses
 (Carlos Humberto/SCO/STF)

Gilmar Mendes: a medida foi tomada depois que a corte registrou, em todo o País, mais de vinte casos de assassinatos à pré-candidatos às eleições 2016 nos últimos nove meses (Carlos Humberto/SCO/STF)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2016 às 19h58.

Rio - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes pediu a Polícia Federal (PF) que investigue assassinatos de pré-candidatos às eleições de 2016. 

A medida foi tomada depois que a corte registrou, em todo o País, mais de vinte casos - treze só de pré-candidatos a vereador na Baixada Fluminense - , nos últimos nove meses. Onze desses assassinatos teriam conotação política, suspeita a polícia.

Em visita ao cartório eleitoral de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Mendes afirmou ter encaminhado um ofício ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, sobre os homicídios.

No documento, o ministro solicitou a participação dos policiais federais na apuração dos crimes. Dois pré-candidatos foram assassinados no município. Não há notícias de crimes durante a campanha eleitoral.

"Encaminhei um ofício ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, solicitando que a Polícia Federal acompanhe esses casos. A legislação permite isso. Quero que a polícia também colabore com as investigações que já estão sendo realizadas. Já temos 20 casos registrados, sendo que onze a treze na Baixada, por isso a nossa preocupação. É uma situação extremamente grave", disse o ministro.

Segundo Mendes, a atuação da Polícia Federal já foi acertada com o ministro Moraes e providências já estão em andamento. "A PF também é o nosso braço policial judicial. Pela sua técnica e sua função, ela pode ser extremamente competente no desenvolvimento e acompanhamento dessas investigações", afirmou.

O ministro disse que já pediu a presença das Forças Armadas no Rio de Janeiro durante as eleições, na sequência do reforço na segurança para a Olimpíada e a Paralimpíada. Segundo ele, o pedido será atendido.

"Há incidentes que podem não ter conotação eleitoral e outros, a maioria, podem ter. Mas há problemas que são ligados à segurança e não tem necessariamente a ver com o processo eleitoral", disse.

Os assassinatos de candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador nas eleições deste ano não ocorreram apenas na Baixada Fluminense. Já foram relatados casos em Guarujá (SP), Quixeramobim (CE), Mata de São João (BA), Teotônio Vilela (AL), Santanápolis (BA), Jandira (SP), Triunfo Potiguar (RN), Porto Acre (AC), Mirante da Serra (RO), Rio dos Índios (RS), Santo Antônio do Descoberto (GO), Feira de Santana (BA) e Serra Preta (BA).

No ofício enviado ao ministro da Justiça, Mendes pediu a ajuda "considerada a gravidade dessas ocorrências, pela repercussão desses homicídios na tranquilidade das eleições e a possível intimidação de candidatos ao pleito eleitoral".

Em 7 de julho deste ano, o pré-candidato a vereador em Duque de Caxias Denivaldo Silva, de 41 anos, foi assassinado diante do filho de 8 anos e da mulher, Andréia Ornelas, de 34 anos no estacionamento de um shopping no município.

Andréia morreu depois, em consequência dos ferimentos. Contra o carro, foram disparados 14 tiros. Os autores do crime, registrado por câmeras de vigilância, foram dois homens com camisas da Polícia Civil do Rio.

No mesmo mês, o candidato conhecido como Berém do Pilar foi metralhado na porta de casa, também no município.

Acompanhe tudo sobre:CrimeEleiçõesEleições 2016Homicídios

Mais de Brasil

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho