Brasil

Meirelles vai para convenção sem vice; MDB ainda tenta acordos com centrão

Partido tem conversado fortemente com partidos que são comumente classificados de "nanicos", como PMN e PHS, mas nem nesses casos há avanços concretos

Henrique Meirelles: pré-candidato tem conversado com o PTB e com o PRB (Adriano Machado/Reuters)

Henrique Meirelles: pré-candidato tem conversado com o PTB e com o PRB (Adriano Machado/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 24 de julho de 2018 às 19h57.

Última atualização em 24 de julho de 2018 às 20h03.

Brasília - O MDB chegará a convenção que confirmará Henrique Meirelles como candidato à Presidência sem conseguir apontar um vice, mas o partido continua negociando com partidos pequenos e tenta ainda tirar parte do blocão da anunciada aliança com o tucano Geraldo Alckmin.

"Meirelles vai disputar a convenção sem o vice. Quem vota na convenção no Meirelles dá poder à Executiva para terminar de fechar a coligação", disse o presidente do MDB, Romero Jucá. "O perfil é de agregar contribuição na disputa."

O partido tem conversado mais fortemente com partidos que são comumente classificados de "nanicos" --tem pouco tempo de tevê e bancadas pequenas no Congresso--, como PMN e PHS, mas nem nesses casos há avanços concretos, disse à Reuters uma fonte que acompanha as negociações.

A campanha tem mirado com mais força no Pros, que também vêm sendo disputado pela Rede e PT. Sem um perfil político claro, o partido teria a oferecer um candidato a vice palatável para todos esses partidos, o ex-deputado Maurício Rands, que hoje comanda uma das secretarias da Organização dos Estados Americanos.

"Ele é ex-PT, nordestino, não tem nenhum escândalo associado a seu nome", comenta a fonte enumerando as qualidades do possível vice, mas acrescentando que ainda não se avançou a ponto de se indicar um vice nas conversas com o partido.

Até agora sozinho, o MDB ainda tenta quebrar a união do blocão --formado por DEM, PR, PRB, PP e Solidariedade-- e atrair parte dos partidos que já anunciaram adesão ao pré-candidato do PSDB.

Alckmin já tem o anúncio formal do PTB de que fará parte da aliança e, na semana passada, os cinco partidos do blocão fecharam questão para apoiarem juntos um candidato e devem anunciar formalmente a aliança com o tucano na quinta-feira.

No entanto, Meirelles tem conversado com o PTB e com o PRB. "Pode ser apenas parte de uma negociação por espaço na coligação", disse a fonte, mas o MDB não desistiu ainda de abocanhar um partido maior.

Jucá ressaltou que "cada partido vai decidir até o período do registro das candidaturas".

"Acho que o centrão é uma manifestação política, sem dono. O processo está em andamento", disse o presidente do MDB, ressaltando que o partido pode ir sozinho para a eleição, se for necessário.

"O MDB sempre esteve preparado para ir sozinho. Tem postura, tem capilaridade, tem tempo de tevê."

A convenção do partido será no próximo dia 2, em Brasília, e o cálculo de Jucá é que o Meirelles terá cerca de 460 dos 594 votos dos convencionais, depois que o pré-candidato passou os últimos meses convencendo o próprio partido de que será bom para o MDB ter candidato próprio.

Acompanhe tudo sobre:Eleições 2018Henrique MeirellesMDB – Movimento Democrático Brasileiro

Mais de Brasil

Unimos uma frente ampla contra uma ameaça maior, diz Nunes ao oficializar candidatura em SP

Após ser preterido por Bolsonaro, Salles se filia ao partido Novo de olho em 2026

Governo Lula é aprovado por 35% e reprovado por 33%, aponta pesquisa Datafolha

Vendavais podem atingir grande parte do Nordeste e Sul; veja previsão

Mais na Exame