Henrique Meirelles: sobre a provável saída de Lula da corrida eleitoral, ele apenas comentou que as decisões do Judiciário devem ser obedecidas (Paulo Whitaker/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de abril de 2018 às 18h38.
Brasília - Após anunciar a saída do Ministério da Fazenda, Henrique Meirelles disse que ainda vai "contemplar" a possibilidade de ser candidato nas eleições deste ano. Ele enfatizou que só se candidatará à Presidência da República, e não a outro cargo, incluindo o de vice-presidente.
"Isso é um projeto em andamento. Vamos analisar a candidatura com o partido e agentes da sociedade", afirmou. "Vou analisar a possibilidade de uma candidatura à Presidência. Não pretendo ser candidato a vice-presidente e não há a menor possibilidade de me candidatar a governador ou senador", completou. Ele não fixou uma data para anunciar se será de fato o candidato do MDB à Presidência. "Temos agora um tempo de avaliação, conversas e viagens para amadurecer todo esse processo", limitou-se a responder.
Sobre sua filiação ao MDB, Meirelles, afirmou que o presidente Michel Temer foi ao evento de terça-feira prestigiá-lo. "Não poderia desejar mais do que ter os principais líderes do partido e o próprio presidente Temer no evento. A presença dele foi uma mensagem positiva", completou.
Questionado sobre a sua participação no governo do ex-presidente Lula, que pode ser preso ainda hoje, Meirelles voltou a dizer que teve uma atuação autônoma no Banco Central entre 2003 e 2010.
"Trabalhei oito anos com Lula, com uma relação de respeito e sucesso. Foi um período de grande crescimento da economia. No governo seguinte (Dilma) decisões erradas foram tomadas e prejudicaram o crescimento", respondeu.
Sobre a provável saída de Lula da corrida eleitoral deste ano, ele apenas comentou que as decisões do Judiciário devem ser obedecidas. "Acho uma situação, triste, tocante e desagradável, mas é importante respeitar a Justiça", afirmou.
Ele detalhou que as duas conversas nesta sexta-feira,6, com o presidente Michel Temer serviram para comunicar a ele a sua decisão de deixar o ministério e para apresentar Eduardo Guardia como sua indicação para a sucessão na pasta.
Para Meirelles, principal tarefa de Guardia a partir de agora à frente da Fazenda é continuar processo de ajustes na economia, assegurando que o País volte a crescer.