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Médico de fora não acaba com filas na Bahia

Desde o ano passado, a unidade só tinha um médico, apesar de ter duas equipes de profissionais de saúde


	Médico do Mais Médicos: combinação dos fatores levou o posto a lotar, especialmente pela manhã, desde a reinauguração
 (Marcello Casal Jr./ABr)

Médico do Mais Médicos: combinação dos fatores levou o posto a lotar, especialmente pela manhã, desde a reinauguração (Marcello Casal Jr./ABr)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2013 às 15h23.

Salvador - Não demorou para que o médico português Raul dos Reis Ramalho, de 66 anos, e o angolano radicado em Portugal Francisco Manoel Pegado, de 58, conquistassem a simpatia dos moradores da região da Nova Constituinte, no Subúrbio Ferroviário de Salvador.

Simpáticos e muito interessados nos relatos dos pacientes, os profissionais, que integram o Programa Mais Médicos do governo federal, começaram a fazer os atendimentos na unidade de saúde da família na semana passada. 

Hoje, porém, já há quem reclame de tanta solicitude. “A fila continua demorando muito”, dispara a auxiliar de serviços gerais Jéssica Santana, de 33 anos. “Mesmo com dois médicos a mais, a gente espera a mesma coisa que antes.”

Ramalho e Pegado encontraram uma unidade recém-reformada, reinaugurada no fim de semana anterior à chegada, após dois meses de obras. Pintura e mobiliário novos e salas climatizadas deram ânimo tanto aos funcionários quanto aos pacientes. “"Isso aqui estava caindo aos pedaços"”, lembra a aposentada Marinalva Amélia Santos, de 66 anos. “Não dava vontade de vir, mesmo doente.”

A chegada dos médicos estrangeiros também foi cercada de expectativa. Desde o ano passado, a unidade só tinha um médico, apesar de ter duas equipes de profissionais de saúde - e, segundo os pacientes, a rotatividade no posto era grande. “Nenhum ficava mais de dois meses”, lembra Jéssica, mãe de um menino de 2 anos.

A combinação dos fatores levou o posto a lotar, especialmente pela manhã, desde a reinauguração. As novas cadeiras da recepção, apesar de darem mais conforto a quem espera, já não são suficientes para acomodar os cerca de 100 pacientes que a unidade recebe por dia. 

E as longas conversas entre os novos médicos da unidade e os pacientes tiram a paciência de quem está na fila. “É bom que tenha alguém que preste atenção, mas a gente achava que (o atendimento) ia ser mais rápido do que antes”, diz Marinalva.

Ramalho admite que os atendimentos têm sido demorados, mas avalia que a situação é passageira. “Os pacientes estão carentes de atenção e vou prestar atenção ao que dizem”, afirma. “Mas estamos começando um trabalho que, além de tratar, vai ter foco na prevenção de doenças.” As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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