MBL se arrepende de apoio a brasileiro preso na Venezuela
Em publicação anterior, o MBL tinha comparado o caso de Diniz com o do brasileiro Rodrigo Gularte, executado em abril de 2015 pela Indonésia
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 16h34.
Última atualização em 15 de janeiro de 2018 às 15h48.
O Movimento Brasil Livre (MBL) acusou o brasileiro Jonatan Moisés Diniz, preso durante 11 dias na Venezuela , de utilizar práticas desonestas semelhantes às do governo de Nicolás Maduro, a quem acusa de "levar as crianças venezuelanas à mais pura miséria".
A crítica foi feita em nota na internet depois da divulgação do vídeo em que o catarinense revela ter premeditado sua detenção para chamar atenção para a causa defendida por sua ONG, a Time to Change the Earth (Hora de mudar a Terra, em tradução livre).
"Jonatan aparece na Califórnia, e sua postura arrogante e triunfalista se assemelha a de um psicopata", diz o texto do MBL. "Percebe-se que Jonatan não sabe o que fala, tampouco o que faz. Que padece de um egoísmo doentio e, aparentemente, de profunda desonestidade", acusa o Movimento.
Até o momento, a mensagem teve mais de 2,5 mil interações no Facebook, com a grande maioria dos internautas defendendo o MBL e criticando a tática adotada por Diniz. A reportagem pediu que Diniz comentasse as críticas do MBL, mas ainda não obteve retorno.
"O Movimento Brasil Livre - MBL - vem por meio desta pedir desculpas para seus seguidores por tê-los envolvido na campanha para libertar um charlatão desonesto que envergonha o País", prossegue o grupo. "E lamenta, também, pelo incansável trabalho de seus ativistas que batalharam durante o Natal e o ano novo divulgando a arbitrariedade cometida pela ditadura de Maduro."
Em outra publicação, do dia 3, o MBL tinha comparado o caso de Diniz com o do brasileiro Rodrigo Gularte, executado em abril de 2015 pela Indonésia depois de ser preso no país com seis quilos de cocaína. Na mensagem, o movimento alegou que o governo e a imprensa tinham se mobilizado no caso de Gularte, mas não tinham agido em relação à prisão Diniz.
Por fim, os ativistas dizem que apesar de o caso mostrar o que consideram "o que há de pior no ser humano", também despertou "o que há de melhor em milhões de brasileiros", ao se referirem à onda de solidariedade que a prisão de Diniz promoveu nas redes sociais.