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Marun: Ataque contra Cristiane é ativismo político do Judiciário

"Nem fui, nem vou" levar nenhum notícia ao PTB, pedindo para trocar o nome de Cristiane Brasil, declarou Marun

Cristiane Brasil: Temer estava relutante em retirar o nome de Cristiane justamente por conta dos votos do partido (Gilmar Felix/Câmara dos Deputados/Agência Câmara)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de fevereiro de 2018 às 17h46.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2018 às 19h08.

Brasília - O ministro da Secretaria de governo, Carlos Marun, disse em entrevista que não foi e nem vai procurar as lideranças do PTB para que o partido indique outro nome para substituir o da deputada Cristiane Brasil (RJ) para o Ministério do Trabalho , por conta das inúmeras denúncias que existem contra ela, agora acrescidas pela informação de que é alvo de um inquérito que apura suspeitas de tráfico de drogas e associação para o tráfico durante a campanha eleitoral de 2010, noticiado pelo Estado.

"Os ataques são em função de um ativismo político de setores do Judiciário", desabafou o ministro, avisando que o presidente Michel Temer não abre mão da prerrogativa de nomear quem quiser.

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"Nem fui, nem vou" levar nenhum notícia ao PTB, pedindo para trocar o nome de Cristiane Brasil, declarou Marun. Para defender a tese de que as pressões contra a deputada fazem parte deste ativismo, o ministro criticou a demora do inquérito que apura estas acusações de ligação dela com o tráfico. "Errou quem deixou inquérito parado tanto tempo", prosseguiu o ministro, lembrando que "a investigação levou sete anos sendo feita e não chegou a lugar nenhum justamente porque era fruto de ativismo político".

Desgaste

Marun negou que haja desgaste político por conta da pressão pela desistência do governo em relação à indicação de Cristiane Brasil. Para ele, o governo continuará insistindo na designação da deputada para o Ministério do Trabalho porque "é uma prerrogativa do presidente da República nomear ministros e isto está escrito na Constituição".

E emendou: "Lutar pela Constituição vale independentemente do tempo que dure."

Questionado se não estava na hora de mudar de estratégia e desistir de Cristiane, Marun avisou: "Não é este o nosso objetivo. A luta é pelo estado de direito."

Indagado se o temor é de perder os votos da previdência do PTB, Marun disse que o governo conta "com a maioria dos votos do PTB".

Temer estava relutante em retirar o nome de Cristiane justamente por conta dos votos do partido, que é dirigido pelo pai da deputada. Embora Marun negue, diante do crescente desgaste por conta da insistência do PTB em manter o nome de Cristiane Brasil para assumir o Ministério do Trabalho, o governo mudou o discurso e já começou a discutir uma forma de pedir ao partido que indique um substituto para ela.

Últimas denúncias

As últimas denúncias publicadas contra a deputada serviram para convencer o governo de que as dificuldades continuarão, com bombardeio contra Cristiane, mesmo que o Supremo Tribunal Federal (STF) a libere para tomar posse. A possibilidade começou a ser discutida, mas com todo cuidado, para não melindrar o PTB. Este, no entanto, não será um movimento que o presidente Michel Temer participará diretamente, embora ele tenha se reunido com os seus principais auxiliares diretos nos últimos dias para discutir este crescente problema.

O presidente Temer estava resistindo a concordar com a mudança porque entendia que precisava ser leal ao presidente do PTB , Roberto Jefferson, pai de Cristiane Brasil, que a indicou para o cargo.

Ministério da Indústria

Marun também afirmou nesta quarta-feira que, caso o PRB indique Marcos Jorge para ser o ministro definitivo da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o nome "será bem recebido", mas evitou dizer que já exista uma definição do presidente Michel Temer. "Se houver essa indicação ela será recebida e com respeito, mas não posso adiantar se o presidente vai aceitar", declarou.

Na terça à noite, a bancada do PRB na Câmara decidiu indicar o atual interino para o cargo. Secretário-executivo do Ministério, Jorge comanda a Pasta interinamente desde 3 de janeiro, quando o então titular da Pasta, Marcos Pereira, deixou o cargo.

Segundo auxiliares do presidente, a indicação ainda não chegou oficialmente no Planalto. Alguns auxiliares destacam que a tendência é que o nome de Jorge seja aceito, mas há também fontes que dizem que existem outros nomes ainda no "jogo".

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