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Marqueteiros: Lula e Dilma sabiam do caixa dois

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, retirou no início da tarde o sigilo das delações premiadas dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura. Ambos fecharam acordo com a Operação Lava-Jato. Entre as revelações feitas que vieram a público está a de que tanto a ex-presidente Dilma Rousseff como o ex-presidente Luiz Inácio Lula […]

JOÃO SANTANA E MÔNICA MOURA: ministro Edson Fachin retirou o sigilo sobre a delação do casal de marqueteiros / Vagner Rosário/VEJA.com

JOÃO SANTANA E MÔNICA MOURA: ministro Edson Fachin retirou o sigilo sobre a delação do casal de marqueteiros / Vagner Rosário/VEJA.com

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Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2017 às 18h39.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h13.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, retirou no início da tarde o sigilo das delações premiadas dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura. Ambos fecharam acordo com a Operação Lava-Jato. Entre as revelações feitas que vieram a público está a de que tanto a ex-presidente Dilma Rousseff como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabiam que o dinheiro que alimentava as campanhas via caixa dois vinha de desvios da Petrobras.

Segundo Santana, a ex-presidente Dilma Rousseff afirmou a ele que parte de seus serviços de propaganda eleitoral seria quitado com o caixa dois, classificado por ela como a “forma tradicional” de realização de campanhas. Aos investigadores da Operação Lava-Jato, Santana declarou que “negociações informais” para pagamentos se intensificaram durante o período de Dilma Rousseff, com a “participação direta” da petista. Em um almoço em 2014 no Alvorada, Dilma garantiu, segundo o marqueteiro, que não ocorreriam atrasos nos pagamentos e que o responsável por isso seria o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

Santana também disse, em sua delação, que o ex-presidente Lula sabia dos pagamentos feitos “por fora” no exterior e que as decisões tomadas, intermediadas pelo ex-ministro Antonio Palocci, sempre dependiam do ok final do “chefe”. Já na delação da mulher e sócia de Santana, Mônica Moura, ela diz que recebeu o dinheiro para a campanha de reeleição de Lula à Presidência, em 2006, em caixas de sapato num shopping de São Paulo.

A marqueteira também conta que o perfil Dilma Bolada, que fazia sucesso nas redes sociais, mas foi desativado pelo responsável, Jeferson Monteiro, voltou ao ar após o pagamento de 200.000 reais em dinheiro vivo. Ainda de acordo com Moura, a presidente Dilma ligou para Santana para contar que ele seria preso. O pedido de prisão teria sido vazado pelo ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. A comunicação entre a ex-presidente e a publicitária também era feita por meio de um endereço de e-mail falso, do qual ambas tinham a senha. Mensagens eram escritas e salvas no rascunho para que fossem lidas mais tarde. O casal terá de devolver 21,6 milhões de dólares que possui em contas no exterior, além de para uma multa de seis milhões de dólares.

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