Dom Phillips: o jornalista teria se deslocado com o intuito de entrevistar pessoas para o seu livro (EXAME/Exame)
Agência O Globo
Publicado em 6 de junho de 2022 às 16h04.
Última atualização em 6 de junho de 2022 às 16h10.
O Ministério Público Federal afirmou ter instaurado um procedimento administrativo e acionado a Polícia Federal, a Polícia Civil, a Força Nacional, a Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari, e a Marinha do Brasil, após ser comunicado do desaparecimento do indigenista Bruno Araújo e do jornalista inglês Dom Phillips.
O MPF disse, em nota, ter sido informado do desaparecimento de Araújo e Phillips na manhã desta segunda-feira. "O MPF seguirá intermediando as ações de buscas e mobilizando as forças para assegurar a atuação integrada e articulada das autoridades, visando solucionar o caso o mais rápido possível", afirma a nota.
A dupla desapareceu no Vale do Javari, na Amazônia, quando fazia o trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte. Bruno Araújo era alvo constante de ameaças pelo trabalho que vinha fazendo juntos aos indígenas contra invasores na região, pescadores, garimpeiros e madeireiros. O Vale do Javari é a região com a maior concentração de povos isolados do mundo.
"Enfatizamos que, conforme relatos dos colaboradores da Univaja, nesta semana a equipe recebeu ameaças em campo, além de outras que já vinham sendo feitas à equipe técnica da Univaja, além de outros relatos já oficializados para a Polícia Federal e ao Ministério Público Federal em Tabatinga", afirmou Beto Marubo, membro da coordenação da Univaja, entidade composta dos indígenas Marubo, Mayoruna (Matsés), Matis, Kanamary, Kulina-Pano, Korubo e Tsohom-Djapá.
De acordo com lideranças da Univaja, os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima à localidade chamada Lago do Jaburu (próxima da Base de Vigilância da Funai no Rio Ituí), para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas.
Procurada, a Funai afirma que acompanha o caso, está em contato com as forças de segurança que atuam na região e colabora com as buscas. "Cumpre esclarecer que, embora o indigenista Bruno da Cunha Araújo Pereira integre o quadro de servidores da Funai, ele não estava na região em missão institucional, dado que se encontra de licença para tratar de interesses particulares", diz a nota.
(Agência O Globo)