Brasil

Marina volta a falar que incêndios são criminosos e destaca 'estiagem severa' no país como agravante

Ministra afirmou que diagnóstico é que Pantanal pode desaparecer até o final do século se o padrão climático de mantiver

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 4 de setembro de 2024 às 12h32.

Última atualização em 4 de setembro de 2024 às 12h36.

Tudo sobreMinistério do Meio Ambiente
Saiba mais

A ministra do meio ambiente, Marina Silva, voltou a afirmar nesta quarta-feira que os incêndios no país são criminosos e que as áreas desmatadas são as maiores responsáveis. Durante participação na Comissão do Meio Ambiente no Senado, Marina afirmou que o cenário está agravado por uma "estiagem severa" no país.

"Obviamente esse não é um fator em função apenas da mudança do clima, ele é um agravante, mas é sobretudo em função de uma visão inadequada de como fazer o uso do fogo, da floresta e da biodiversidade, trazendo prejuízos irreparáveis", afirmou a ministra aos parlamentares.

Marina destacou que atualmente os biomas mais afetados são a Amazônia e o Pantanal que, segundo a ministra, pode desaparecer até o final do século se o padrão climático de mantiver.

"Eu poso dizer para os senhores que segundo os pesquisadores, se continuar o mesmo fenômeno em relação ao Pantanal, o diagnóstico é que poderemos perder o Pantanal até o final do século. Isso tem um nome: se chama baixa precipitação, alto processo de evapotranspiração, não conseguindo alcançar a cota de cheia nem dos rios nem da área alagada e, portanto, a cada ano se perde cobertura vegetal, seja em questão de desmatamento ou queimada".

Atualmente, segundo a ministra, nove estados estão com 100% do território com "estiagem severa". Apenas dois não vivem um cenário de estiagem e os demais estão acometidos em algum nível. O Pantanal vive a maior seca dos últimos 74 anos e a Amazônia tem o cenário mais grave dos últimos 40 anos.

"Nesse momento, o que está acontecendo não tem nada a ver com ignições naturais [...] Em um cenário de baixa umidade, calor incêndios que segundo o nosso monitoramento, cerca de 85% dento de propriedade privada, a outra parte distribuída dentro e terra indígena, unidade de conservação estadual e federal, e uma coincidência, que onde há mais desmatamento, como Corumbá, mais incêndio. Um aumento de mais de 50% do desmatamento e o município respondendo por cerca de 50% dos incêndios que assolaram o Mato Grosso do Sul".

Marina destacou a sua fala o aumento dos investimentos do governo federal em brigadistas do Ibama e do ICMBio, mas afirmou que isso só foi possível graças a créditos extraordinários abertos pelo governo em razão dos cortes executados pelo Congresso Nacional.

"Isso significou ter que aprova crédito extraordinário de R$ 170 milhões, isso significou uma prioridade que o governo fez que mesmo tendo havido um corte para combate ao fogo do Ibama e ICMBio pelo Congresso Nacional, o governo federal ter reposto esse orçamento cortado, isso antes do crédito extraordinário".

A ministra afirmou que o orçamento do governo foi construído tendo em vista os indicativos de agravamento da situação e fez um apelo para que os parlamentares contribuam com recursos para a área no próximo ano.

"O corte que o Congresso fez foi em um contexto. Olhando os dados nós sabíamos, que aquele orçamento foi planejado exatamente porque a gente estava olhando para os dados e para o que a ciência estava dizendo. Mas obviamente que nem todo mundo fica olhando para os dados. Então agora, para o ano que vem, é preciso que haja um esforço, e aí é um pedido, é um apelo, para além dos recursos do governo federal, quem quiser contribuir com isso que virou preocupação e todos os parlamentares, tenha um indicativo de esforço em meios".

Acompanhe tudo sobre:Ministério do Meio AmbienteMarina SilvaSenado FederalIncêndios

Mais de Brasil

Acidente de ônibus deixa 37 mortos em Minas Gerais

Rodovia de acidente que deixou 22 mortos em Minas Gerais é a mais fatal no país

Verão começa hoje e previsão é de menos chuvas na maior parte do país

Mais de 300 mil imóveis seguem sem luz em São Paulo 12 horas após temporal