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Marina na disputa "embaralha tudo", avalia economista

A primeira pesquisa Datafolha divulgada após a morte de Eduardo Campos (PSB) mostra uma reviravolta na disputa eleitoral com a entrada de Marina Silva


	"O mercado irá sondar as opiniões dos economistas próximos a Marina", diz economista
 (Fernando Frazão / Agência Brasil)

"O mercado irá sondar as opiniões dos economistas próximos a Marina", diz economista (Fernando Frazão / Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2014 às 10h01.

São Paulo - A nova pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira, 18, embaralha a corrida eleitoral, avalia o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, em relatório divulgado nesta manhã.

Para ele, "tudo ainda é incerto" e é cedo para dizer se os números do levantamento sobre a disputa presidencial são firmes e se sustentam, passado o apelo emocional do falecimento de Eduardo Campos e com o início da campanha "pra valer".

"O fato é que hoje, como está, Marina tem chances tanto de tirar Aécio de um segundo turno com Dilma quanto de ameaçar seriamente a campanha da petista à reeleição", afirma. Diante desse quadro, Perfeito ainda trabalho com a hipótese de vitória de Dilma no pleito de 2014, "mas sem tanta convicção".

Para ele, a reação do mercado financeiro aos números do Datafolha deve ser positiva, uma vez que a possibilidade de um segundo turno é evidente.

"O mercado irá sondar as opiniões dos economistas próximos a Marina para entender como se expressa em economia os ideais socialistas do PSB com a ecologia urbana dela", pondera.

Por ora, Perfeito suspeita que deve ser construída "uma concha de retalhos" onde Marina irá influenciar muito pouco nas decisões macroeconômicas, num primeiro momento, caso vença. "A estratégia econômica adequada seria blindar Marina logo de início", observa.

Segundo o economista, "blindar Marina", nesse caso, significaria alguns poucos pontos que são consensuais no mercado, a saber: permitir que a Petrobras tenha maior autonomia para determinar preço da gasolina; fazer certo ajuste fiscal; parar com o programa de swap cambial do Banco Central; parar de usar as estatais para fazer caixa, como é o caso das sessões onerosas; e, por fim, acabar com a criatividade contábil do governo em suas mais diversas formas.

A primeira pesquisa Datafolha divulgada após a morte de Eduardo Campos (PSB) mostra uma reviravolta na disputa eleitoral com a entrada de Marina Silva.

Segundo o levantamento, conhecido nesta segunda-feira, 18. ela tem 21% das intenções de voto e fica tecnicamente empatada com o senador Aécio Neves (PSDB), que tem 20%. A margem de erro é de dois pontos porcentuais. Já a presidente Dilma Rousseff (PT) mantém a liderança, com 36% das preferências.

Em uma simulação de segundo turno, Marina também aparece em situação de empate técnico, mas venceria Dilma com 47% dos votos, contra 43% da presidente. Já em um cenário sem Marina, a presidente seria reeleita no primeiro turno.

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