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Marina diz que o poder levou o país ao fundo do poço

Para ela, o "atraso na política" faz o país perder o que "a duras penas conquistou"

Marina Silva: "O atraso na política faz o país perder o que conquistou a duras penas" (Nacho Doce/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2015 às 09h01.

Ex-ministra do governo Lula e adversária na disputa presidencial de 2014 da presidente Dilma Rousseff , Marina Silva criticou o modelo de governo atual e disse que a lógica "do poder pelo poder" e de "distribuição de pedaços do Estado" levou o país ao fundo do poço.

Para ela, o "atraso na política" faz o país perder o que "a duras penas conquistou".

"É triste ver que mais de nove milhões de pessoas perderam os seus empregos nesses últimos oito meses e que estamos perdendo aquilo que havíamos conquistado de inclusão social", afirmou a ministra, com críticas ainda ao foco do governo no ajuste fiscal e a medidas pouco pensadas.

"Desde 2008 o Brasil deveria ter feito o dever de casa. A lógica do poder pelo poder, de sacrificar os rumos de uma nação por causa de uma eleição, nos levou a essa situação que temos hoje em que há uma perplexidade por parte do governo. Toda hora há uma medida que não foi pensada, tanto é que a todo momento ela tem que ser ou ajustada ou abandonada", criticou.

Os comentários foram feitos instantes após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) oficializar a criação da Rede Sustentabilidade, partido idealizado por Marina e que teve registro rejeitado pela Justiça Eleitoral em 2013.

A ex-ministra disse que o grupo, que por ser novo enfrentará dificuldades na divisão do tempo de televisão e recursos do fundo partidário, vai apostar em uma forma de fazer política sem uso das estruturas tradicionais num momento de "crise" pelo qual passa o país.

"Não é o momento de ficar preocupado em recuperar popularidade, é o momento de adquirir credibilidade", disse Marina. Ela afirmou que os que "sonharam que estavam melhorando de vida" hoje perderam empregos, ficaram endividados e têm estilo de vida corroído por inflação e juros altos.

A situação de crise, para a ex-ministra, é a consequência de uma disputa eleitoral sem debate sobre projeto de governo.

"Não se ganha uma eleição sem apresentar um programa. Quando isso acontece é o que estamos vendo agora em toda essa agenda que leva o Brasil ao desequilíbrio das contas públicas, a perder grau de investimento, a perder empregos, a ver a indústria sendo completamente arrasada e agora com o risco de perdas sociais que serão grandes prejuízos para os mais frágeis", completou.

Impeachment

Apesar das críticas, Marina disse que não se pode trocar a presidência da República apenas por discordância das medidas adotadas. Para falar em impeachment, segundo é, é preciso que fatos apontem envolvimento da presidente Dilma em irregularidades.

"Não há o que tergiversar e esses processos não são fabricados. Se houver comprovação, não há o que se discutir. Sem isso não se muda o presidente porque se discorda dele. Não faço discurso de conveniência", disse.

Ela defendeu que o país assegure "autonomia e apoio político" às investigações e punição a culpados - sem se referir diretamente a escândalos de corrupção.

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Ex-ministra do governo Lula e adversária na disputa presidencial de 2014 da presidente Dilma Rousseff , Marina Silva criticou o modelo de governo atual e disse que a lógica "do poder pelo poder" e de "distribuição de pedaços do Estado" levou o país ao fundo do poço.

Para ela, o "atraso na política" faz o país perder o que "a duras penas conquistou".

"É triste ver que mais de nove milhões de pessoas perderam os seus empregos nesses últimos oito meses e que estamos perdendo aquilo que havíamos conquistado de inclusão social", afirmou a ministra, com críticas ainda ao foco do governo no ajuste fiscal e a medidas pouco pensadas.

"Desde 2008 o Brasil deveria ter feito o dever de casa. A lógica do poder pelo poder, de sacrificar os rumos de uma nação por causa de uma eleição, nos levou a essa situação que temos hoje em que há uma perplexidade por parte do governo. Toda hora há uma medida que não foi pensada, tanto é que a todo momento ela tem que ser ou ajustada ou abandonada", criticou.

Os comentários foram feitos instantes após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) oficializar a criação da Rede Sustentabilidade, partido idealizado por Marina e que teve registro rejeitado pela Justiça Eleitoral em 2013.

A ex-ministra disse que o grupo, que por ser novo enfrentará dificuldades na divisão do tempo de televisão e recursos do fundo partidário, vai apostar em uma forma de fazer política sem uso das estruturas tradicionais num momento de "crise" pelo qual passa o país.

"Não é o momento de ficar preocupado em recuperar popularidade, é o momento de adquirir credibilidade", disse Marina. Ela afirmou que os que "sonharam que estavam melhorando de vida" hoje perderam empregos, ficaram endividados e têm estilo de vida corroído por inflação e juros altos.

A situação de crise, para a ex-ministra, é a consequência de uma disputa eleitoral sem debate sobre projeto de governo.

"Não se ganha uma eleição sem apresentar um programa. Quando isso acontece é o que estamos vendo agora em toda essa agenda que leva o Brasil ao desequilíbrio das contas públicas, a perder grau de investimento, a perder empregos, a ver a indústria sendo completamente arrasada e agora com o risco de perdas sociais que serão grandes prejuízos para os mais frágeis", completou.

Impeachment

Apesar das críticas, Marina disse que não se pode trocar a presidência da República apenas por discordância das medidas adotadas. Para falar em impeachment, segundo é, é preciso que fatos apontem envolvimento da presidente Dilma em irregularidades.

"Não há o que tergiversar e esses processos não são fabricados. Se houver comprovação, não há o que se discutir. Sem isso não se muda o presidente porque se discorda dele. Não faço discurso de conveniência", disse.

Ela defendeu que o país assegure "autonomia e apoio político" às investigações e punição a culpados - sem se referir diretamente a escândalos de corrupção.

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