Marina defende ampliação de gastos com cultura
Candidata participou de um evento com entidades culturais de diversas áreas por cerca de quatro horas
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2014 às 18h43.
São Paulo - A candidata à Presidência Marina Silva (PSB) disse na tarde desta segunda-feira, 15, que em eventual governo pretende promover a arte, "em toda sua pluralidade".
A candidata participou de um evento com entidades culturais de diversas áreas por cerca de quatro horas. A ex-senadora comprometeu-se a ampliar o investimento do Estado em cultura, sem, no entanto, definir um porcentual da receita - como fez com a saúde, ao prometer 10% da receita bruta da União para a área.
Segundo Marina, setores reivindicaram uma destinação de 2% do orçamento à cultura, mas afirmou que a decisão dela e da equipe foi por ampliar recursos sem definir um porcentual.
Marina lembrou ter tido uma passagem pelo mundo artístico, com uma experiência com teatro amador no Acre, e brincou sobre sua participação como "cacto" em uma encenação da obra Morte e Vida Severina.
A candidata do PSB também alfinetou o governo da presidente Dilma Rousseff. Falou da importância de recuperar as artes, mas a arte no bom sentido. "Tem muita gente fazendo arte no mau sentido, como a arte de acabar com a Petrobras", afirmou Marina.
Durante o evento, a candidata afirmou ter feito o importante "exercício da escuta" e da "escuta interessada" ao ouvir as demandas e posições dos cerca de 20 porta-vozes culturais que discursaram.
Entre eles, esteve o cineasta Fernando Meirelles, que afirmou não ver necessidade de mexer na estrutura de produção cinematográfica e audiovisual no Brasil.
"É uma coisa que não precisa ser muito mexida", disse sobre o cinema. A fala de Meirelles foi contestada pela do presidente do Conselho Brasileiro de Cineclubes, João Pimentel, que disse que o cineasta apresentou uma visão dos produtores. "Dizer que o cinema brasileiro vai bem é ingenuidade."
O rapper Xis esteve no palco ao lado de Marina para manifestar apoio à candidata e falar da importância da cultura e da educação para as crianças da periferia no Brasil.
O músico Dinho Ouro Preto disse acreditar na força dos "sonhos" da candidata, mesmo que eles tenham dado à candidata a alcunha de "sonhática".
Também participou do evento Luiz Schwarcz, editor da Companhia das Letras, que falou sobre a necessidade de uma política de Estado de incentivo à leitura.
Ele defendeu ser preciso criar bibliotecas e não fechá-las, como se faz hoje no País. Representantes da dança, do circo, do artesanato e de arte afro também se apresentaram no evento.