Marielle Franco foi morta por tiros de submetralhadora, diz TV
Segundo reportagem do programa Domingo Espetacular, polícia teria cometido 2 erros em investigação de morte de vereadora no Rio
Valéria Bretas
Publicado em 7 de maio de 2018 às 15h29.
São Paulo – A investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco , no Rio de Janeiro, deixou passar ao menos duas falhas, segundo reportagem do programa Domingo Espetacular, da TV Record.
De acordo com o telejornal, Marielle e seu motorista, Anderson Gomes, foram mortos por balas disparadas de uma submetralhadora de 9 milímetros, e não por uma pistola, como apontou a apuração inicial. A arma HK MP5 é de fabricação alemã e mais utilizada por tropas de elite.
“Não é comum a utilização de uma arma como essa, importada, aqui no Brasil. Isso restringe o universo da investigação”, afirmou Domingos Tochetto, perito em balística consultado pela reportagem.
Ainda segundo o programa, outro erro foi abandonar o veículo de Marielle no pátio da delegacia de homicídios por 40 dias sem que todos os exames laboratoriais estivessem completos. Vestígios importantes para a investigação, diz a reportagem, podem ter sido perdidos.
Além disso, a perícia pode ter cometido mais um equívoco: os corpos da vereadora e do motorista não teriam passado por exame de raio x para identificar a trajetória das balas porque o Estado não teria um equipamento disponível.
O Domingo Espetacular entrou em contato com o Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro, mas não obteve resposta. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Polícia Civil do estado afirmou que o caso está sob sigilo na Delegacia de Homicídios da capital.
A execução de Marielle, a quinta vereadora mais votada nas últimas eleições municipais do Rio, aconteceu no dia 14 de março na região do Estácio, área central da cidade. A vereadora, conhecida porseu trabalho em defesa dos direitos humanos,foi atingida por 4 tiros na cabeçaapós ter participado de um ato político.
Vale ressaltar que ela acompanhava a intervenção federal na segurança pública do Rio como forma de coibir abusos das Forças Armadas e da polícia a moradores de comunidades.