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Marco do saneamento aumenta o valor das empresas estatais, diz Montezano

"Com o novo marco regulatório, esperamos maior apetite de governadores para levar água e esgoto à sua população", afirma o presidente do BNDES

Montezano: julho deve ser o mês da virada para o crédito nas PMEs (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
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Natália Flach

Publicado em 25 de junho de 2020 às 20h43.

Última atualização em 25 de junho de 2020 às 20h53.

A aprovação do marco do saneamento básico pelo Congresso deve destravar investimentos e levar água e esgoto encanados para milhões de brasileiros. "É uma baita evolução, mas é o início de uma jornada: ainda precisamos melhorar aspectos legais de infraestrutura, o que deve acontecer nos próximos três meses, e melhorar o ambiente regulatório da agência regulatória e disseminar esses conhecimentos para criar um novo setor", diz Gustavo Montezano, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em live promovida pelo BTG Pactual digital. "O marco legal não dá preferência a privatizar, 'concessionar' ou manter a empresa como estatal. Seja qual for o caminho escolhido tem de fazer a universalização [ dos serviços ]. O marco aumenta o valor das empresas estatais: se valiam x na semana passada, vão valer x mais alguma coisa na semana que vem."

Segundo o executivo, o BNDES vai atuar tanto na prestação de consultoria para estados e municípios quanto como banco responsável pelo financiamento. Os projetos de Alagoas, Rio de Janeiro, Acre e Amazonas são os mais avançados. "Com o novo marco regulatório, esperamos maior apetite de governadores para levar água e esgoto à sua população." Para Montezano, o mercado de capitais terá um papel importante no financiamento dos projetos.

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Saneamento básico aumenta o valor das residências em cerca de 50%, reduz problemas de saúde, índices de violência e desigualdades sociais, sem falar na melhora no meio ambiente. "A gente vê muito ruído político, mas agendas de consenso — como a do saneamento e a do gás, por exemplo — estão indo adiante."

Sobre financiamento de pequenas e médias empresas, Montezano lembra que ao checar os números no Banco Central o que se vê é um aumento de 2% ao mês nas liberações de janeiro a abril, o que significaria um salto de 12% ao ano. "Ou seja, você tem o sistema financeiro emprestando mais dinheiro para as PMEs. Mas, ao mesmo tempo, há reclamações de empreendedores de que o crédito não está chegando, o que também é verdade. O ponto é que a demanda por empréstimo foi tão grande, em um curto período de tempo, que sistema financeiro não teve condições de absorver tudo isso."

Julho deve ser o mês da virada para o crédito nas PMEs, segundo o executivo, por causa doPrograma Emergencial de Suporte a Empregos (Pese), que foi reformulado pelo Congresso nesta quinta-feira, do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e da linha anunciada pelo Banco Central que vão ganhar tração no mês que vem. "Achamos que a temperatura vai começar a aquecer em julho e decolar em agosto", diz. "Além disso, há um esforço fiscal sendo feito em relação a esses programas. No Pese são 34 bilhões de reais do governo federal, no Pronampe, 16 bilhões de reais, mais 20 bilhões de reais do programa de acesso a crédito, mais as liberações do BC sãouns 100 bilhões de reais. Ou seja, estamos falando de mais de 200 bilhões de reais potenciais para o segmento."

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