Márcio França convoca centrais sindicais a criticarem taxa de juro
Ministro dos Portos e Aeroportos comentou sobre o assunto durante evento da União Geral dos Trabalhadores, nesta segunda, em São Paulo
Agência de notícias
Publicado em 8 de maio de 2023 às 15h12.
Última atualização em 8 de maio de 2023 às 15h51.
O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França , fez um "chamamento" às centrais sindicais para que elas tornem públicas suas críticas à manutenção da taxa de juro .
"Pedi para a UGT [ União Geral dos Trabalhadores ] e para as centrais sindicais deixarem publicamente o nosso desagrado com essa insistência de seis meses [ de manutenção da taxa de juro ]. Todos os números da economia brasileira são excelentes. Está sobrando dinheiro no governo federal. E o juros é o mesmo número de janeiro", afirmou França nesta segunda-feira, em participação no quinto Congresso Nacional da UGT.
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O Congresso reuniu mais de mil pessoas. Além da UGT, que reúne uma série de sindicatos, como bancários e comerciários, representantes de diversas centrais sindicais marcaram presença, entre elas a CUT e a Força Sindical.
Questionamentos ao presidente do Banco Central
O ex-governador de São Paulo engrossou o coro do governo contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.Disse que a taxa de juro é fixada por uma pessoa "não eleita" e nomeada no "governo passado".
"Nós vamos respeitar a regra do jogo. Mas não existe ninguém que não possa ser criticado. E nós temos de deixar essa crítica pública", ressaltou França às centrais sindicais, justificando que a taxa de juro em 13,75% é feita para que as pessoas não tenham acesso ao crédito e não possam comprar, o que impacta a produção da indústria.
Sem citar diretamente as dificuldades do governo em aprovar medidas no Congresso Nacional, França afirmou que o governo aprendeu a conviver com a Câmara e o Senado "de um jeito ou de outro" e que "ninguém vai fazer nada que seja errado".
Lula sofreu uma série de derrotas na semana passada, com o adiamento da votação do PL das Fake News e derrubada de decretos sobre o marco do saneamento.
"Temos a experiência de conviver com os adversários. Não é problema. Nós queremos enfrentar todo mundo no voto, se necessário, mas divergindo com respeito", completou.
Taxa de juro elevada é "pé no pescoço" da economia
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, também criticou a manutenção da taxa de juro.
"O ministro Márcio registrou, também quero reforçar, a necessidade de o Banco Central cair na real e tirar o pé do pescoço da economia brasileira. Para retomarmos, com vigor, o crescimento da economia e geração de emprego e renda. Reduzir juros é gerar empregos", disse Marinho. "Esta luta não é simplesmente um capricho. Nós não estamos pedindo para o Banco Central em favor do presidente Lula, em favor do nosso governo. É em favor da classe trabalhadora, da economia, das empresas brasileiras", completou.