O deputado Waldir Maranhão: para o primeiro-secretário, Maranhão pode até ser expulso do PP - como articulam alguns colegas de bancada (Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2016 às 13h42.
Brasília - Em conversa na manhã desta quarta-feira, 11, com o primeiro-secretário da Mesa Diretora, Beto Mansur (PRB-SP), o presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), mostrou resistência em deixar o cargo.
Segundo Mansur, o pepista avisou que não vai renunciar à função "de jeito nenhum", voltou a pedir desculpas pelo erro que cometeu ao tentar anular a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Casa e pediu ajuda para "tocar" o País.
De acordo com relato de Mansur, o presidente interino disse estar disposto a dar encaminhamento às pautas do eventual governo Michel Temer.
Para o primeiro-secretário, Maranhão pode até ser expulso do PP - como articulam alguns colegas de bancada -, mas poderia seguir no cargo, o que levaria eventualmente a uma judicialização do caso.
Por outro lado, a bancada do PP resolveu aumentar a pressão sobre Maranhão para resolver o imbróglio ainda nesta quarta-feira. Na terça, Maranhão pediu um tempo até quinta-feira, 12, para decidir se abre mão do cargo ou não.
"Queremos que ele resolva hoje. O fato é que o PP não o apoia e quer sua substituição", disse o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).
A pressa do PP se deve à possibilidade de o partido perder a indicação ao posto se Maranhão demorar para renunciar.
Caso se encontre uma saída alternativa para a destituição de Maranhão, outros partidos do bloco podem se animar e emplacar um nome alternativo à indicação do PP. "Tem de ter renúncia para a vaga continuar com a gente", explicou Goergen.
Entre os cotados da bancada para substituir Maranhão estão Esperidião Amin (SC), Júlio Lopes (RJ) e Ricardo Izar (SP).
"Esperidião seria um grande nome. Precisamos ter um nome de peso", desconversou Izar.
Conversas
Maranhão está no gabinete da presidência nesta manhã, onde recebe deputados e vai conversar com o líder da bancada do PP, Aguinaldo Ribeiro (PB).
Nos bastidores, especula-se que ele poderia aceitar um cargo no governo maranhense de Flavio Dino (PCdoB) e assim teria uma "saída honrosa" para o impasse.
A oposição faz questão de sua renúncia, pois entende que se houver uma licença para ocupar um cargo em seu Estado, ele poderia futuramente voltar à presidência da Casa.
Para forçar a saída de Maranhão, a oposição tem em mãos uma representação já protocolada na Mesa Diretora que pode ser encaminhada ao Conselho de Ética.
Maranhão disse a Mansur que não está preocupado com um eventual processo por quebra de decoro parlamentar, que a representação "é uma besteira".
Membros da Mesa Diretora articulam uma reunião informal para discutir a situação de Maranhão nesta quarta.