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Manifesto sobre harmonia entre poderes será adiado, diz Lira

Lira disse não ter conhecimento dos termos do manifesto, mas que não haverá citação do nome de Bolsonaro e que a nota teria como propósito apaziguar o ambiente

Lira afirmou que conversou com presidente da FIESP, Paulo Skaf, na noite de domingo (Bloomberg/Getty Images)
AO

Agência O Globo

Publicado em 30 de agosto de 2021 às 11h03.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o manifesto apoiado pela Federação Brasileira de Bancos ( Febraban ) e que gerou reação contrária dos bancos públicos não deve sair nesta semana. Lira disse que conversou nesse domingo com Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e um dos principais idealizadores do documento, e ficou combinado aguardar até 7 de setembro, feriado na próxima terça-feira.

— A nota não é da Febraban, é da Fiesp com a participação de mais de 200 entidades do setor produtivo. Virou uma nota da Febraban com reflexos para a Caixa Econômica Federal e para o Banco do Brasil desproporcional aos seus interesses – disse Lira ao Globo, acrescentando:

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— Conversei com Skaf nesse domingo e como não tem um prazo para a divulgação do manifesto, ficou combinado que não será nesta semana. Vai aguardar as comemorações do 7 de setembro.

O feriado vem sendo aguardado por causa das manifestações previstas com ameaças de ruptura às instituições democráticas por parte de apoiadores do governo e do próprio presidente Jair Bolsonaro.

Lira disse não ter conhecimento dos termos do manifesto, mas que não haverá citação do nome do presidente Jair Bolsonaro e que a nota teria como propósito apaziguar o ambiente.

A decisão dos bancos públicos que já teriam comunicado à Febraban a intenção de se desfiliarem da entidade gerou reação no Congresso por interferência política. O presidente da comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), disse que pretende apresentar requerimento com pedido de explicações ao ministro da Economia, Paulo Guedes e os presidentes da Caixa, Pedro Guimarães e do BB, Fausto Ribeiro.

Segundo uma fonte do governo, o desligamento da Febraban sempre foi um desejo do presidente da Caixa. Conta com a adesão do BB sob argumento de que o manifesto representaria a politização da entidade.

Contudo, o desligamento dos dois bancos da entidade que representa o setor financeiro é analisado com ressalvas por integrantes dos próprios bancos. Há um entendimento de que a Febraban presta um serviço relevante aos associados e dos exemplos citados é a negociação salarial com os bancários, coordenada pela entidade.

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