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Manifestantes entram em confronto com a PM em BH

Manifestantes entraram em confronto duas vezes com a Polícia Militar durante protesto realizado durante toda a tarde e início da noite desta segunda-feira em BH


	Belo Horizonte: cerca de 30 mil pessoas participaram da manifestação, segundo estimativa da PM, e de 50 mil, de acordo com os organizadores da passeata
 (Wikimedia Commons)

Belo Horizonte: cerca de 30 mil pessoas participaram da manifestação, segundo estimativa da PM, e de 50 mil, de acordo com os organizadores da passeata (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2013 às 22h10.

Belo Horizonte - Manifestantes entraram em confronto duas vezes com a Polícia Militar durante protesto realizado durante toda a tarde e início da noite desta segunda-feira em Belo Horizonte.

Durante o segundo confronto, surgiu a informação de que um rapaz que participava do movimento teria caído de uma altura de aproximadamente sete metros do Viaduto José Alencar, na região da Pampulha, mas polícia e Corpo de Bombeiros ainda não tinham informação precisa sobre o caso até por volta das 20h, além de que a vítima teria sido atendida em estado grave.

Manifestantes chegaram a dizer que o rapaz teria morrido, mas a informação não havia sido confirmada até o início desta noite. Pelo menos outras duas pessoas ficaram feridas durante os confrontos.

Cerca de 30 mil pessoas participaram da manifestação, segundo estimativa da PM, e de 50 mil, de acordo com os organizadores da passeata.

O protesto tinha como alvo um rol de questões, que ia do preço da passagem do transporte coletivo aos investimentos para a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, passando ainda pela verticalização da região da Pampulha e pelos processos de remoção de famílias para obras do mundial do ano que vem e da Copa das Confederações que está em andamento.

Durante o dia, os manifestantes percorreram cerca de dez quilômetros do Centro da capital até as imediações do Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, onde era realizado jogo entre Nigéria e Taiti.

No fim da semana passada, o desembargador Barros Levenhagem, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), atendeu a pedido do governo mineiro e expediu liminar proibindo protestos em todo o Estado em dias de partidas da Copa das Confederações. Mas os manifestantes ignoraram a ordem e desde o fim da manhã se concentraram na Praça Sete de Setembro, no Centro.

No início da tarde, as cerca de cinco mil pessoas que estavam concentradas fecharam o tráfego na praça, no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas, as principais da região. Em seguida, o grupo seguiu a pé em direção ao Mineirão, interditando completamente as 12 pistas da avenida Presidente Antônio Carlos , um dos principais acessos ao estádio. Durante o percurso, outras pessoas se juntaram à manifestação.


"Estamos mostrando a indignação da juventude, que se cansou de ficar à margem destes eventos. Estes megaeventos têm que trazer benefício para toda a população, não apenas para os organizadores", afirmou o vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Gladson Reis.

O objetivo dos manifestantes era chegar até a orla da Lagoa da Pampulha, onde era realizada uma manifestação dos integrantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG).

Confronto

Próximo ao Viaduto São Francisco, porém, o protesto se encontrou com um cinturão formado por dezenas de integrantes de pelo menos três batalhões da PM mineira. Após algum tempo de negociação, os manifestantes foram autorizados a seguir por mais algumas centenas de metros até serem barrados novamente perto da entrada da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Quando os organizados do protesto negociavam com os militares, um grupo tentou furar o cordão de isolamento da PM e deu início ao primeiro confronto. Os manifestantes atiravam pedras e fizeram barricadas com pedaços de pau e entulhos das obras do Bus Rapid Transit (BRT) que são realizadas no local, enquanto os policiais respondiam com bombas de efeito moral, de gás lacrimogênio e tiros de balas de borracha.

Depois de cerca de meia hora, o isolamento foi desfeito e os manifestantes puderam seguir até cerca de 500 metros da entrada do Mineirão, onde foram novamente barrados.

"Queremos dar a garantia de manifestação. Mas esta é uma área da Fifa. O presidente da República abriu mão dela em 2009", afirmou a chefe do Comando de Policiamento da Capital (CPC) da PM, coronel Cláudia Romualdo, referindo-se ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que negociou com a entidade os termos da realização dos eventos.

Quando o protesto começava a ser desfeito, já de noite, no entanto, manifestantes e PMs voltaram a entrar em confronto nas proximidades do Mineirão. Ao contrário do que havia ocorrido durante todo o dia, quando não houve registro de nenhuma ocorrência, alguns integrantes do protesto partiram para o vandalismo e começaram a quebrar vitrines.


O grupo também usou cones e outras estruturas usadas para controlar o tráfego para fazer diversas barricadas na Antônio Carlos, nas quais atearam fogo. A confusão durou cerca de uma hora até que o grupo foi disperso. Pelo menos uma pessoa foi presa, mas não havia balanço oficial de ocorrências até o fim da noite.

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