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Mais problemas para a Samarco

Às vésperas de completar um ano, o maior desastre ambiental do país ganhou mais um capítulo nesta quinta-feira. O Ministério Público Federal denunciou 21 pessoas pelo rompimento da Barragem de Fundão da mineradora Samarco em Mariana (MG). Além delas, o MPF também denunciou as empresas Samarco, suas controladoras Vale e BHP Billiton e a consultoria […]

LAMA DA SAMARCO: o Ministério Público Federal denunciou 21 pessoas pelo rompimento da Barragem de Fundão / NurPhoto / Getty Images (NurPhoto/Getty Images)

LAMA DA SAMARCO: o Ministério Público Federal denunciou 21 pessoas pelo rompimento da Barragem de Fundão / NurPhoto / Getty Images (NurPhoto/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2016 às 17h45.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h56.

Às vésperas de completar um ano, o maior desastre ambiental do país ganhou mais um capítulo nesta quinta-feira. O Ministério Público Federal denunciou 21 pessoas pelo rompimento da Barragem de Fundão da mineradora Samarco em Mariana (MG). Além delas, o MPF também denunciou as empresas Samarco, suas controladoras Vale e BHP Billiton e a consultoria VogBR (emissora do laudo da barragem).

Vale, BHP e Samarco são acusadas de nove crimes ambientais – contra a fauna, flora, poluição e contra o ordenamento urbano. As 21 pessoas foram indiciadas sob a acusação de homicídio com dolo eventual (quando se assume o risco de matar). A lista inclui o ex-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, o ex-número dois da companhia, Kleber Terra, cinco membros do Conselho da companhia indicados pela Vale e seis membros indicados pela anglo-australiana BHP.

Nas investigações, os procuradores disseram ter identificado que as companhias acionistas da Samarco sabiam dos problemas da barragem, que deixou 19 mortos. “Havia comitês operacionais, comitês internos e comitês de barragens em que os assuntos eram tratados e que havia nesses comitês representantes da Vale e da BHP”, afirmou o procurador José Adércio Leite Sampaio em coletiva de imprensa.

Em nota, a mineradora Vale repudiou a denúncia do MPF afirmando que a Procuradoria desprezou “as inúmeras provas apresentadas, a razoabilidade, os depoimentos prestados em quase um ano de investigação que evidenciaram a inexistência de qualquer conhecimento prévio de riscos reais”.

A denúncia acontece em um momento já delicado para a Samarco. Sem conseguir as licenças ambientais necessárias para voltar a operar, o dinheiro em caixa da mineradora se esgotou no fim de setembro, quando ela deixou de honrar 13,4 milhões de dólares em dívidas — que agora tenta renegociar. Os débitos totais da mineradora com bancos e detentores de bônus soma 2 bilhões de dólares. O temor dos investidores é de que esta dívida e as indenizações que a empresa tem a pagar passem dos 20 bilhões de reais e venham a sobrar para a Vale e para a anglo-australiana BHP Billiton. A tragédia não tem fim.

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