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Mais dinheiro nem sempre rende melhores alunos no Brasil

Destinar mais recursos para a Educação não é sinônimo de alunos mais qualificados - pelo menos no Brasil, segundo estudo divulgado neste mês

Enem (Marcos Santos/USP Imagens)

Enem (Marcos Santos/USP Imagens)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 30 de março de 2016 às 10h12.

São Paulo – Destinar mais recursos para a Educação nem sempre é sinônimo de alunos mais qualificados. Pelo menos é o que revela análise feita pelo Instituto Idados com base nos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2014 dos estudantes de cada unidade da federação.

O Amapá é um bom exemplo disso. Com um investimento de 6,3 mil reais por aluno da rede pública, o estado é o quarto com maior investimento per capita em educação no país. Mas ficou em último no ranking de desempenho no Enem 2014.

Mesmo no Distrito Federal, que gasta três vezes mais do que a média nacional, a nota média dos alunos das escolas estaduais na prova objetiva do Enem supera o desempenho da maior parte das redes estaduais, mas ainda assim fica bem próxima da pontuação obtida por estudantes de estados com um investimento inferior.

Santa Catarina, em oposição, é um dos estados que menos gastam por matriculados no sistema público. Mesmo assim, os estudantes do estado tiveram o sexto melhor desempenho no Enem 2014.

“O que isso evidencia é que simplesmente jogar mais dinheiro no sistema não dá mais resultados. Antes de discutir aumento de gasto, é preciso definir como esse dinheiro será usado”, afirma Paulo Rocha e Oliveira, presidente do Idados, que pertence ao Instituto Alfa e Beto. 

Estados Custo Aluno Ranking Custo Aluno Nota média nas provas objetivas/ escolas estaduais Ranking nas provas objetivas/escolas estaduais
Distrito federal 15.241,24 1 503 2
São Paulo 7.776,67 2 506 1
Espirito Santo 7.094,54 3 483 10
Amapá 6.375,52 4 459 27
Goiás 6.240,09 5 479 12
Mato Grosso Sul 6.232,67 6 489 8
Roraima 6.145,16 7 466 21
Acre 6.025,01 8 461 26
Sergipe 5.861,43 9 467 20
Pernambuco 5.840,32 10 484 9
Paraná 5.729,23 11 496 5
Maranhão 5.710,75 12 462 24
Rio de Janeiro 5.630,13 13 493 7
Tocantins 5.458,33 14 461 25
Rio Grande Norte 5.258,44 15 468 18
Rio Grande Sul 5.180,51 16 500 3
Ceará 5.106,24 17 471 17
Piauí 5.067,96 18 464 23
Alagoas 4.731,93 19 468 19
Minas Gerais 4.680,59 20 497 4
Santa Catarina 4.669,13 21 495 6
Mato Grosso 4.552,17 22 475 14
Paraíba 4.414,27 23 471 15
Rondônia 4.171,34 24 479 11
Bahia 4.107,04 25 479 13
Amazonas 4.070,17 26 466 22
Pará 3.616,72 27 471 16

Por outro lado, os dados sugerem que o nível socioeconômico familiar é o que realmente importa para a qualificação de cada aluno. Segundo o estudo, o coeficiente de correlação entre essas duas variáveis chega a 0,794 em uma escala que vai de 0 a 1. 

Estados Índice Socioeconômico (ISE) Ranking ISE Nota média nas provas objetivas/ escolas estaduais Ranking nas provas objetivas/ escolas estaduais
São Paulo 5,36 1 506 1
Santa Catarina 5,33 2 495 6
Paraná 5,13 3 496 5
Rio Grande Sul** 5,08 4 500 3
Distrito federal 4,86 5 503 2
Mato Grosso Sul 4,65 6 489 8
Rio de Janeiro 4,64 7 493 7
Minas Gerais* 4,49 8 497 4
Mato Grosso 4,29 9 475 14
Goiás 4,21 10 479 12
Rondonia 4,21 11 479 11
Roraima* 4,11 12 466 21
Espirito Santo 4,09 13 483 10
Amapá 4,01 14 459 27
Amazonas 3,97 15 466 22
Tocantins 3,64 16 461 25
Acre 3,61 17 461 26
Bahia 3,47 18 479 13
Pernambuco 3,46 19 484 9
Rio Grande Norte* 3,23 20 468 18
Sergipe 3,16 21 467 20
Alagoas** 3,13 22 468 19
Paraíba 2,98 23 471 15
Pará 2,96 24 471 16
Maranhão 2,86 25 462 24
Ceará 2,66 26 471 17
Piauí 2,65 27 464 23
* Os dados de Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Roraima são de 2013.
** Já os dados de Alagoas e Rio Grande do Sul são de 2012.
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