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Maioria é contra projeto de Bolsonaro para afrouxar regras no trânsito

A proposta foi entregue no começo de junho a Rodrigo Maia e pode entrar na pauta de discussão após encerrado o período de votação da reforma da Previdência

Acidentes de trânsito: a medida com maior oposição (68%) é o fim das multas para quem não transportar crianças de até sete anos em cadeirinhas (Berezko/Thinkstock)
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Clara Cerioni

Publicado em 15 de julho de 2019 às 11h02.

São Paulo — O projeto de lei do presidente Jair Bolsonaro para modificar o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é reprovado pela maioria da população, segundo pesquisa Datafolha, divulgada na noite deste domingo (14).

A proposta foi entregue no começo de junho ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e pode entrar na pauta de discussão após encerrado o período de votação da reforma da Previdência.

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De acordo com o levantamento, a medida com maior oposição (68%) é o fim das multas para quem não transportar crianças de até sete anos em cadeirinhas. No projeto de Bolsonaro, a sugestão é substituir a penalidade por uma advertência por escrito.

Já a proposta de acabar com os radares é reprovada por 67% dos entrevistados. O plano de aumentar de 20 para 40 o limite de pontos da carteira de habilitação é rejeitado por 56%.

A pesquisa foi realizada nos dias 4 e 5 de julho, com 2.006 pessoas acima de 18 anos, em 130 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Mudanças na lei

O projeto do governo Bolsonaro, que altera 17 leis do CTB, busca cumprir uma promessa eleitoral de "acabar com a indústria da multa no Brasil".

Quando apresentou as propostas, no início de junho, especialistas ouvidos por EXAME classificaram que algumas das mudanças têm pouco efeito prático, como uma nova definição do que é um ciclomotor.

Outras, contudo, geraram uma série de críticas por ignoraram estudos estatísticos sobre mortalidade no trânsito — considerada até hoje como uma epidemia pelas autoridades brasileiras.

Só em 2017, segundo dados mais recentes do Ministério da Saúde, 37 mil brasileiros morreram no trânsito enquanto outros 380 mil tiveram algum tipo de sequela e precisaram receber indenização, de acordo com o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre, mais conhecido como DPVAT.

No Sistema Único de Saúde (SUS), mais de 60% dos leitos hospitalares são ocupados por vítimas de trânsito.Nos centros cirúrgicos, 50% da ocupação também é por vítimas de acidentes rodoviários.

Já em uma perspectiva econômica, o Observatório de Segurança Viária estima que os acidentes no trânsito resultam em custos anuais de 52 bilhões de reais para os cofres públicos.

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