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Maioria dos trabalhadores leva marmita para o trabalho, diz estudo

Pesquisa foi realizada com 816 pessoas de todas as regiões do país

Pesquisa aponta que mais da metade dos trabalhadores brasileiros leva marmita ao trabalho (Divulgação/ Liv Up)

Pesquisa aponta que mais da metade dos trabalhadores brasileiros leva marmita ao trabalho (Divulgação/ Liv Up)

Publicado em 31 de outubro de 2024 às 21h59.

Última atualização em 4 de novembro de 2024 às 11h46.

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A maior parte dos trabalhadores brasileiros (56% do total) leva marmita ou lanche para se alimentar no ambiente de trabalho. A pesquisa Panorama da Alimentação no Trabalho foi realizada pelo Instituto QualiBest e encomendada pela Sapore, multinacional brasileira de serviços de alimentação e facilities. Do total apontado pelo estudo, 42% disseram levar marmita para o trabalho.

Alimentação no trabalho

Os demais 14% dos trabalhadores levam lanches ou salgados. O estudo, que ouviu 816 pessoas de todas as regiões do país, foi apresentado ontem (30) durante o 2º Seminário Aberc (Associação Brasileira de Refeições Coletivas), realizado na capital paulista. Para esta pesquisa, os trabalhadores puderam escolher mais de uma opção.

De acordo com o estudo, outros 31% dos entrevistados afirmaram comprar marmitas ou lanches na rua, enquanto 28% utilizam o vale refeição/alimentação, 21% os restaurantes corporativos e 7% respondeu que não se alimenta no ambiente de trabalho.

Benefícios dos restaurantes corporativos

O levantamento focou em entender como ocorre a alimentação dos trabalhadores em restaurantes corporativos. O estudo revelou que 87% dos entrevistados consideram o restaurante corporativo um grande benefício para o trabalhador.

Segundo a Aberc, o setor de refeições coletivas movimenta mais de R$ 21 bilhões na economia brasileira a cada ano, alimentando mais de 37 milhões de pessoas em empresas, hospitais e instituições de ensino públicas e privadas.

Gastos com alimentação e preferências

A pesquisa também mostrou que 45% dos trabalhadores brasileiros gastam entre R$ 220 e R$ 440 por mês para se alimentar no trabalho. Outros 18% gastam entre R$ 450 e R$ 660, enquanto 23% declararam que não têm gastos porque têm acesso a restaurantes corporativos.

O levantamento apontou ainda que o prato feito, composto por arroz, feijão, proteína e acompanhamento, é a preferência de 77% dos trabalhadores. Isso demonstra, segundo o estudo, a busca do trabalhador por uma alimentação equilibrada.

Apesar da preferência pelo arroz e feijão, a curiosidade pode levar o brasileiro a experimentar pratos diferentes. Quando questionados sobre a possibilidade de ter à disposição pratos temáticos - como comida oriental, italiana ou mineira - 72% dos usuários de restaurantes corporativos disseram que seria uma ótima opção, pois poderiam conhecer outros tipos de culinária.

Boas práticas de consumo

1 - Higiene pessoal

Lave bem as mãos por 20 segundos, utilize utensílios limpos e prenda os cabelos. Separe alimentos crus dos cozidos e cozinhe itens como carnes e ovos a temperaturas adequadas (acima de 75°C) para garantir a eliminação de bactérias perigosas, como Salmonella e E. coli.

2 – Atenção com o armazenamento

Recomenda-se separar os alimentos crus dos cozidos durante o preparo e o armazenamento para evitar contaminação cruzada. Utilizar recipientes próprios para alimentos, que sejam livres de BPA (substância química cancerígena que é liberada por alguns plásticos ao serem aquecidos) e resistentes ao calor, evitando que liberem substâncias químicas nocivas ao serem aquecidos.

3 - Tenha cuidado no transporte da marmita

O transporte adequado das marmitas é essencial para manter a segurança dos alimentos até o momento do consumo. Use bolsas térmicas ou gelo reutilizável para garantir que os alimentos perecíveis permaneçam em temperaturas seguras (abaixo de 4°C), prevenindo a proliferação de bactérias.

4 - Verifique a qualidade dos alimentos na hora de comer

Antes de aquecer e consumir, os trabalhadores devem verificar a aparência, o odor e a textura dos alimentos. Qualquer sinal de alteração, como cheiro estranho ou mudança de cor, indica que o alimento pode não estar seguro para consumo.

Boas práticas que as empresas devem adotar

Com o aumento do número de funcionários que optam por trazer marmitas, é essencial que as empresas ofereçam condições adequadas para o armazenamento dos alimentos, de preferência locais refrigerados (como geladeiras). A falta de micro-ondas limpos e a higiene inadequada de recipientes de água e café podem colocar a saúde dos colaboradores em risco. Dr. Marco Aurélio Bussacarini, fundador da Aventus, empresa especializada em Medicina e Segurança do Trabalho, indicou algumas boas práticas que a empresa pode adotar:

1 - Higienização dos espaços de alimentação

As áreas de alimentação, como refeitórios e cozinhas, devem ser limpas e desinfetadas diariamente para garantir um ambiente livre de contaminação. Superfícies como mesas, bancadas e pias devem ser higienizadas com produtos apropriados, como detergente neutro e álcool 70%, removendo germes e resíduos de alimentos. Os lixos devem ser esvaziados diariamente, e as lixeiras devem ser lavadas e desinfetadas semanalmente.

2 - Use panos e esponjas próprios

Tenha esponjas e panos exclusivos para a limpeza dos locais onde são feitas as refeições na empresa. Substitua-os com frequência, pois podem se tornar fontes de contaminação se não forem trocados regularmente.

3 - Manutenção e limpeza de equipamentos de aquecimento

Micro-ondas, fogões e áreas do banho-maria devem ser limpos diariamente, removendo restos de alimentos e evitando respingos que possam causar contaminação cruzada. É necessário também realizar manutenções periódicas para garantir que os equipamentos aqueçam os alimentos adequadamente (a uma temperatura mínima de 75°C).

4 - Conservação e armazenamento de alimentos

As geladeiras fornecidas para os colaboradores devem ser mantidas em temperatura segura (abaixo de 4°C) para preservar os alimentos perecíveis. A limpeza semanal da geladeira, removendo restos de alimentos e verificando itens esquecidos, é fundamental.

5 - Cuidados com a disponibilização de água potável 

A empresa deve garantir a disponibilidade contínua de água potável, fresca e filtrada em locais acessíveis para todos os funcionários.

No caso de galões, a higienização deve ser feita sempre que um novo galão for inserido no bebedouro. Não deixe os galões de água esvaziados por longos períodos.

Realize verificações periódicas na qualidade da água e no estado dos filtros, trocando-os conforme a recomendação do fabricante para evitar acúmulo de sujeiras e impurezas.

6 - Higienização de Garrafas de Café

As garrafas de café devem ser lavadas diariamente após o uso para evitar o acúmulo de resíduos de café e a proliferação de bactérias. No caso das máquinas de café é necessário seguir as instruções do fabricante.

7 - Conscientização sobre locais de refeição

Comer na própria estação de trabalho, prática comum para economizar tempo, pode trazer riscos à saúde e à higiene do ambiente. As empresas devem promover a conscientização sobre a importância de fazer as refeições em locais adequados, como refeitórios. Campanhas de conscientização sobre alimentação saudável e a importância do descanso durante as refeições são estratégias eficazes para incentivar o uso das áreas de refeição.

É importante que as empresas ofereçam um espaço apropriado para que os funcionários façam suas refeições, em vez de comerem na mesa de trabalho. Essas medidas não só protegem a saúde física, como também promovem momentos de pausa e bem-estar, refletindo diretamente na produtividade.

Mas quais são os riscos à saúde em caso de consumo de alimentos contaminados?

Doenças transmitidas por alimentos (DTAs) que incluem infecções causadas por bactérias, vírus, parasitas e toxinas. Exemplos comuns são salmonelose, amebíase, toxoplasmose e botulismo.

Sintomas gastrointestinais: diarreia, vômitos, náuseas, dor abdominal e febre são sintomas frequentes.

Complicações mais graves: em casos severos, a contaminação pode levar a desidratação, choque e até mesmo à morte, especialmente em crianças pequenas e idosos.

Problemas de longo prazo: alimentos contaminados com metais pesados ou toxinas podem causar problemas crônicos, como distúrbios neurológicos e câncer.

“Essas orientações visam ajudar os trabalhadores a protegerem sua saúde, evitando problemas que possam afetar tanto seu bem-estar quanto sua produtividade no trabalho, além de melhorar o clima organizacional. E serve de alerta para as empresas sobre a importância de proporcionarem ambientes propícios às refeições dos seus funcionários”, finaliza Bussacarini.

(Com informações da Agência Brasil)

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