Brasil

Maia rejeita fatiar denúncia contra Temer e ministros

O presidente da Câmara rebateu a tentativa de políticos de desmembrar, em pelo menos dois processos, a análise da nova denúncia contra o presidente

Temer e Maia: a leitura da denúncia no plenário da Câmara vai ocorrer na terça-feira, quando certamente haverá o quórum mínimo de 51 deputados (Ricardo Moraes/Reuters)

Temer e Maia: a leitura da denúncia no plenário da Câmara vai ocorrer na terça-feira, quando certamente haverá o quórum mínimo de 51 deputados (Ricardo Moraes/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 25 de setembro de 2017 às 18h44.

Última atualização em 25 de setembro de 2017 às 19h45.

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira que não cabe o fatiamento da denúncia contra o presidente Michel Temer e ministros, apresentada pela Procuradoria-Geral da República por obstrução de Justiça e organização criminosa, como vêm aventando alguns deputados.

"Nós entendemos que pela jurisprudência, pelo precedente que existe no Supremo... e pela forma como o Supremo encaminhou a denúncia, uma denúncia única, que não cabe fatiamento da denúncia", disse Maia a jornalistas, após se reunir com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia.

O deputado ressaltou que não seria possível desmembrar a acusação de organização criminosa, que envolve os ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).

Questionado sobre declaração do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), de que poderia haver uma consulta ao STF sobre o fatiamento da denúncia, Maia disse entender que não caberia simplesmente uma consulta no caso, mas seria preciso o uso de um instrumento como um mandado de segurança.

A CCJ é responsável na Câmara por elaborar parecer sobre a denúncia que será votado pelo plenário da Casa.

"Eu espero que a gente possa avançar", disse Maia, argumentando que a denúncia contra o presidente requer uma urgência e precisa ser resolvida logo para que a Câmara possa tratar de outros temas.

Mas ao ser informado que haveria no Planalto uma estimativa de que a denúncia possa ser votada até 22 de outubro, Maia disse que cabe à Câmara marcar a data de votação e ao Planalto a defesa do presidente.

Para o deputado não é possível fazer estimativas porque os prazos da tramitação são contados em sessões no plenário e para isso é preciso de quórum, o que não ocorreu na sexta-feira passada e nesta segunda-feira.

Maia disse que a leitura da denúncia no plenário da Câmara vai ocorrer na terça-feira, quando haverá quórum "de qualquer jeito", dando início à tramitação da denúncia.

Acompanhe tudo sobre:Crise políticaMichel TemerOperação Lava JatoRodrigo JanotRodrigo Maia

Mais de Brasil

Acidente da Tam: maior tragédia da aviação brasileira completa 17 anos

Ministro da Defesa busca recursos para Forças Armadas, enquanto governo discute bloqueio de gastos

Governo cria sistema de emissão de carteira nacional da pessoa com TEA

Mais na Exame