Brasil

Maia apoia liberação de R$ 3,1 bilhões para intervenção no RJ

A conta de R$ 3,1 bilhões foi apresentada pelo interventor por Braga Netto em reunião com deputados federais do Rio

Rodrigo Maia: para o presidente da Câmara, a diferença de valores na estimativa do governo e no que pede o interventor pode ser resolvida (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Rodrigo Maia: para o presidente da Câmara, a diferença de valores na estimativa do governo e no que pede o interventor pode ser resolvida (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 19 de março de 2018 às 19h47.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, está confiante em uma solução para o financiamento da intervenção federal na área de segurança do Rio. O deputado concorda com o interventor federal, general Walter Braga Netto, de que a intervenção precisa de R$ 3,1 bilhões em recursos para cobrir dívidas com fornecedores e botar os salários em dia na área de segurança pública. Desse valor, R$ 1,5 bilhão teria que ser liberado ainda este ano, segundo ele.

A conta de R$ 3,1 bilhões foi apresentada na manhã de hoje (19) por Braga Netto em reunião com deputados federais do Rio. Segundo parlamentares que participaram do encontro, o interventor apresentou a necessidade de obter R$ 1,5 bilhão para as ações necessárias para este ano e R$ 1,6 bilhão para passivos já existentes na segurança pública do estado. Para Rodrigo Maia, a diferença de valores nos recursos da intervenção entre o que estima o governo, em torno de R$ 800 milhões, e o que pede o interventor, pode ser resolvida com a discussão dos projetos que já tramitam na Câmara e com a medida provisória do Executivo alocando recursos para a área de segurança. "Vai passar pelo Congresso e a gente põe pouco mais do que R$ 800 milhões", disse.

Maia fez a análise após participar de uma palestra para empresários cariocas, organizada pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) Rio.

Recursos da reoneração

A possibilidade de usar recursos vindos da reoneração da folha de pagamento de setores empresariais para custear os gastos com a intervenção, conforme cogitou hoje (19) o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pode facilitar a aprovação da proposta, segundo Rodrigo Maia. Originalmente, o governo pretende arrecadar R$ 10 bilhões a partir da aprovação.

De acordo com o presidente da Câmara, a aprovação desse projeto de lei é difícil porque mexe com alguns setores com boa representação na Câmara, mas ponderou que, com a vinculação do dinheiro para a segurança, fica mais fácill. Maia, entretanto, disse o texto terá que sofrer alterações. Segundo ele, a proposta original, que mantém a desoneração em apenas seis setores, não passa.

"Nós chegamos a 16 setores, com 40 fora, 40 reonerados. Não dá para ser só os seis porque não tem voto na Câmara [para aprovar]. Tem que ser baseado naquilo que a gente já está negociando, que não é de economia os mesmos R$ 10 bi que o governo espera. O que a gente espera aprovar é uma economia de R$ 6 bilhões e desses R$ 6 bi, pelo menos R$ 1,5 bilhão tem que vir para o Rio de Janeiro", afirmou.

Recursos para o governo

Maia acrescentou que a Câmara tem uma agenda de curto prazo que pode ajudar o governo federal com mais recursos, como a privatização da Eletrobras, em cujo sucesso de aprovação, apesar das dificuldades, ele ainda acredita. "Eu ainda estou otimista, mas um otimismo preocupado, porque senti, na semana passada, que o ambiente para se votar a privatização não é um ambiente tão simples. Para se instalar a comissão, na semana passada, foi difícil", disse.

O presidente da Câmara revelou que vai se reunir amanhã (20) com a equipe econômica do governo Temer e com o Banco Central para analisar projetos de medidas microeconômicas que podem ser votados na Câmara. Como exemplo, citou o cadastro positivo do consumidor e a autonomia do Banco Central. "A gente vai amanha fechar o texto para tentar introduzir esse debate também na Câmara dos Deputados nos próximos dias", afirmou.

Segundo Maia, a Casa também vai concentrar esforços na agenda de segurança, a partir de dois projetos que ele considera fundamentais. Um é da regulamentação do Sistema Integrado de Segurança Pública e o outro é o projeto de enfrentamento do tráfico de drogas e armas, que tem a participação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Morais. "Na área de segurança, são esses dois projetos que eu acho que a Câmara e o Senado, o Congresso, tem condição de colaborar com a política nacional de segurança e, em consequência, com a intervenção no Rio de Janeiro".

Acompanhe tudo sobre:ExércitoGoverno TemerRio de JaneiroRodrigo MaiaSegurança pública

Mais de Brasil

Ubatuba: pista sem extensão adequada para avião foi 'selecionada pelo piloto', diz aeroporto

Ministério Público vai apurar acidente de avião em Ubatuba

'Presidente quer fazer eventuais mudanças ainda este mês', diz Rui Costa sobre reforma ministerial

Prefeito de BH, Fuad Noman volta a ser entubado após apresentar instabilidade respiratória