Advogado que representa o goleiro Bruno estuda pedir a suspensão da juíza "por tudo o que ela fez no processo" (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2012 às 17h02.
Contagem - O ex-braço direito do goleiro Bruno, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, de 27 anos, foi condenado ontem a 15 anos de prisão pela morte e pelo sequestro de Eliza Samudio, ex-amante do atleta. Já a ex-namorada Fernanda de Castro foi condenada a 5 anos por sequestro e cárcere privado. A juíza Marixa Fabiane Lopes, em sua sentença, destacou que não há dúvidas do crime, que apresenta "detalhes sórdidos, de impiedade e de perversidade". No entanto, ela levou em consideração a confissão em plenário de Macarrão. Por isso, aplicou a pena mínima para homicídio qualificado, de 12 anos, acrescida de 3 anos pelo sequestro.
A mãe de Eliza, Sonia Samudio, ajoelhou-se na frente do plenário no momento em que a juíza anunciou a pena. E se disse "aliviada". Já o promotor afirmou estar "feliz" com a sentença, mas ressaltou que não houve vitória, uma vez que uma pessoa (Eliza) está morta. O advogado Lúcio Adolfo, que representa o goleiro Bruno, estuda pedir a suspensão da juíza "por tudo o que ela fez no processo". Os réus ainda podem recorrer da sentença.
Macarrão está preso há 2 anos, 4 meses e 17 dias. Pela sentença de ontem, terá de cumprir até 12 anos em reclusão. Já Fernanda ficará em liberdade. A juíza destacou que a ré é primária e tem bons antecedentes.
À tarde, durante a sustentação oral e os debates, o advogado Leonardo Diniz já pedia uma "condenação justa" para Macarrão. E destacava que ele apenas cumpria ordens de Bruno, de quem era amigo desde a adolescência e a quem, de acordo com o advogado, "idolatrava" por ter alcançado o sonho de infância de ambos, que era se tornar jogador de futebol. "Que seja aplicada uma reprimenda. Mas que essa reprimenda seja justa, de acordo com sua participação (no homicídio)", afirmou Diniz. "E que seja absolvido do crime de ocultação de cadáver, porque não pode responder pelo corpo dela."
O júri, formado por seis mulheres e um homem, só absolveu seu cliente pela ocultação de cadáver. Com relação ao homicídio, o próprio réu assumiu, em depoimento de mais de cinco horas no Tribunal do Júri, nesta semana, que a jovem foi morta, mas alegou que não conhece o homem a quem entregou Eliza para ser executada, a mando do goleiro, em 10 de junho de 2010. Segundo a juíza Marixa, "a confissão foi fundamental para que o conselho de sentença tivesse certeza da morte de Eliza".