Brasil

Lula sugere a Xi Jinping novo encontro na China em 13 de abril

A visita de Estado à China ocorreria nesta semana, mas foi adiada por razões de saúde

Autoridades do governo brasileiro dizem que Lula quer viajar à China o quanto antes, já se sente bem melhor dos sintomas gripais e está despachando (Anna Moneymaker/Getty Images)

Autoridades do governo brasileiro dizem que Lula quer viajar à China o quanto antes, já se sente bem melhor dos sintomas gripais e está despachando (Anna Moneymaker/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 29 de março de 2023 às 10h08.

Última atualização em 29 de março de 2023 às 10h31.

O Palácio do Planalto sugeriu que a visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China ocorra entre os dias 11 e 14 de abril. As datas estão em negociação com a chancelaria chinesa. A confirmação depende agora da agenda do presidente Xi Jinping. A sugestão é para que eles se reúnam em Pequim em 13 de abril.

A Presidência da República aguarda uma resposta da China. Ministros e auxiliares diretos do governo Lula afirmam que a definição caberá ao líder chinês, porque foi Lula quem desmarcou de última hora. A visita de Estado à China ocorreria nesta semana, mas foi adiada por razões de saúde. Lula cancelou o embarque por recomendação médica, após ser diagnosticado com broncopneumonia bacteriana e infecção pelo vírus Influenza A.

Autoridades do governo brasileiro dizem que Lula quer viajar à China o quanto antes, já se sente bem melhor dos sintomas gripais e está despachando.

Lula na China

Essa era a visita de Estado prioritária desde a transição de governo, e vinha sendo trabalhada para ocorrer nos primeiros 100 dias. Pessoas próximas a Lula dizem que ele deve insistir em ir à China antes de pisar na Europa. A previsão é que ele esteja em Portugal no fim de abril. O Itamaraty trabalha na costura de uma agenda entre os dois líderes. Os chineses querem reproduzir ainda encontros de grandes dimensões entre delegações de governo e empresariais.

Na ocasião, Lula também deverá ir a Xangai participar de uma solenidade de posse da ex-presidente Dilma Rousseff, que já despacha na metrópole chinesa como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, ligado ao BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China África do Sul).

Após o cancelamento da visita, o Ministério das Relações Exteriores da China disse que foi informado e que trabalharia para combinar uma data conveniente a ambos. Xi Jinping deve receber nas próximas semanas o presidente francês, Emmanuel Macron.

A notícia de que Xi Jinping enviara mensagem desejando pronta recuperação a Lula e que estava de acordo a reagendar a visita numa data próxima saiu na capa do jornal local China Daily. Isso foi interpretado por diplomatas como uma reação positiva.

Outra data sugerida pelos empresários do agronegócio, que vieram em peso a Pequim e Xangai, era 18 de maio, quando ocorre uma feira de alimentação no país, chamada SIAL. Muitos dos maiores exportadores brasileiros, que têm a China como mercado prioritário, viajam anualmente para o evento. Mas a data casa com a reunião do G-7 no Japão, cúpula para a qual Lula foi convidado.

Missão empresarial anuncia 21 acordos com parceiros chineses

A missão empresarial brasileira que seguiu em Pequim mesmo após o cancelamento da visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quarta-feira, 29, 21 acordos, memorandos ou assinaturas de parcerias com empresas chinesas.

A lista vai de apoio a startups à construção de navios e investimentos fora dos países, além de pesquisa e desenvolvimento. Inclui também a adesão ao sistema de pagamentos interbancário da China para que o intercâmbio de produtos e investimentos possa ser feito em moeda local - ou seja, sem a necessidade de compra de dólares.

Os acordos foram anunciados durante seminário empresarial organizado pelos governos do Brasil e da China, que se tornou a agenda mais importante da delegação brasileira após o anúncio de que Lula não poderia viajar nesta semana a Pequim por conta do quadro de pneumonia e influenza A.

Só da Vale, foram anunciados sete acordos com parceiros chineses incluindo intercâmbio técnico e pesquisas científicas em siderurgia de baixo carbono com universidades chinesas e o desenvolvimento com a XCMG, do setor de bens de capital, de motoniveladoras de emissão zero.

A relação enviada pela mineradora prevê também acordos de aplicação de biocarvão, de modo a reduzir o impacto ambiental da produção siderúrgica, bem como linhas de crédito com bancos chineses para grandes projetos ao redor do mundo e um acordo de investimento, junto com Baowu e Xinhai, na construção de uma usina de processamento de níquel na Indonésia.

A Suzano assinou três acordos com parceiras chinesas, sendo o primeiro com a Cosco para a construção de 17 navios para o transporte de celulose e produtos de base biológica. Foi firmado também um memorando de entendimento com a China Paper Company visando cooperação em materiais de base biológica e carbono, assim como investimentos e pesquisa e desenvolvimento. O terceiro anúncio da Suzano é o centro de inovação inaugurado na semana passada em Xangai.

Veja abaixo os demais acordos anunciados pela missão brasileira no penúltimo dia da agenda em Pequim. Nesta quinta-feira, 30, os empresários ainda têm visitas técnicas a sedes de empresas chinesas.

- A Comexport realizou acordo com a Furui para a venda de produtos e soluções da empresa no mercado brasileiro.

- A Motrice Soluções em Energia e a China Gansu International Corporation for Economic and Technical Cooperation (CGICO) firmaram memorando na área de energias renováveis, com foco na importação e execução de serviços e investimentos.

- A Sinomec e a Sete Partners firmaram parceria nas áreas de energia renovável, agricultura e outros setores.

- A empresa brasileira BMV global constituiu dois acordos com empresas chinesas para a comercialização de créditos de biodiversidade.

- A Apex e a Venture Cup China formalizaram parceria para apoiar startups brasileiras que desenvolvem negócios na China. Também vão organizar, em conjunto, uma semana de inovação, cujo foco serão soluções de economia de baixo carbono, sustentabilidade aplicada ao agronegócio e digitalização.

- O banco Bocom BBM anunciou a adesão ao sistema de pagamento interbancário da China (CIPS, na sigla em inglês), com o objetivo de permitir o câmbio direto entre reais e renminbi. O banco será o primeiro participante direto desse sistema na América do Sul.

- A sucursal brasileira do Industrial and Commercial Bank of China passa a atuar como banco de compensação do renminbi no Brasil. O uso da moeda chinesa visa a facilitar o comércio e os investimentos entre os países.

- A Odebrecht Engenharia e Construção, a Power China e a Sete Partners firmaram parceria para soluções conjuntas a projetos de infraestrutura no Brasil.

- A Sete Partners e a Tianjing Food Group se associaram para a criação de uma empresa binacional, com a meta de ampliar investimentos na cadeia agrícola brasileira em diversas áreas, inclusive logística.

- A Apex e a Beijing Hycore Innovation assinaram instrumento de cooperação com o objetivo de apoiar startups brasileiras a estabelecer negócios com a China.

Acompanhe tudo sobre:Luiz Inácio Lula da SilvaChinaXi Jinping

Mais de Brasil

PT pede cassação de chapa do PL que elegeu Jair Renan Bolsonaro por suposta fraude na cota de gênero

Instituto Butantan pede registro de vacina contra dengue à Anvisa

Como dar entrada no seguro-desemprego? Veja o passo a passo