Lula: presidente visitou Roraima em janeiro para ver a situação humanitária dos Yanomamis. (Ricardo Stuckert/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 13 de março de 2023 às 06h02.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca nesta segunda-feira, 13, para Roraima, onde participa da programação da 52ª Assembleia Geral do Povos Indígenas, realizada no Centro Regional Lago Caracaranã, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, entre os dias 11 e 14 de março.
Sob o tema “Proteção Territorial Meio Ambiente e Sustentabilidade”, o encontro reúne cerca de duas mil lideranças de Roraima, entre elas representantes dos povos Yanomami, Wai Wai, Yekuana, Wapichana, Macuxi, Sapará, Ingaricó, Taurepang e Patamona.
Participam, ainda, representantes de 17 organizações das mais de 32 terras indígenas do estado. A Assembleia tem como pauta aprofundar as discussões sobre a proteção de terras, a gestão de recursos naturais e a agenda do movimento indígena para 2023.
O evento conta, ainda, com uma feira onde os participantes encontram produtos orgânicos de todas as regiões, artesanato e exposição de animais criados dentro das terras indígenas.
Além do presidente Lula e da Presidente da Fundação Nacional do Povos Indígenas (FUNAI), Joenia Wapichana, a 52ª Assembleia Geral do Povos Indígenas reúne diversos representantes do Poder Público e de instituições federais como Polícia Federal, Ministério dos Povos Indígenas, Ibama, Incra e Ministério Público.
A visita do presidente Lula a Roraima é a segunda desde que assumiu o cargo. A primeira ocorreu em janeiro quando ele viu de perto a situação humanitária do povo Yanomami. A crise gerou uma série de ações do governo federal, que ainda acompanha o caso de perto.
No fim de fevereiro, a Polícia Federal abriu duas operações contra suspeitos de financiarem o garimpo ilegal e comercializarem ouro extraído das Terras Indígenas Yanomami, em Roraima, e Sararé, em Mato Grosso. As ofensivas foram batizadas Nau dos Quintos e Peixe Grande e cumprem, ao todo, 10 ordens de busca e apreensão, além de quatro mandados de prisão.
A investigação conduzia em Roraima mira investigados que teriam movimentado R$ 271 milhões em quatro anos. A apuração foi aberta após denúncia anônima apontar que o dono de uma loja de materiais de construção estaria usando a empresa para lavar dinheiro ligado à compra de ouro ilegal.
Segundo a PF, a movimentação dos investigados 'endossaram as suspeitas', uma vez que foi identificado o recebimento de valores de centenas de pessoas e empresas ligadas ao comércio de minerais - algumas alvos de outras ações da corporação.
Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil