Lula felicita Fernández e Kirchner por vitória em primária Argentina
Candidato a Presidência, Fernández visitou Lula na sede da Polícia Federal em Curitiba em julho
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de agosto de 2019 às 14h58.
Última atualização em 14 de agosto de 2019 às 13h19.
O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou nesta segunda-feira, 12, o candidato à presidência da Argentina Alberto Fernández , e sua candidata à vice, Cristina Kirchner , pela vitória nas primárias do domingo, 11, nas quais a chapa kirchnerista teve 15 pontos porcentuais de vantagem para o atual presidente, Mauricio Macri.
"Parabéns aos companheiros Alberto Fernández e Cristina Kirchner pelo expressivo resultado nas primárias argentinas", diz a mensagem do ex-presidente, preso em Curitiba desde abril do ano passado. "É preciso dar esperança ao povo, trazer dias melhores e cuidar de quem mais precisa. Um forte abraço do amigo Lula ."
Fernández visitou Lula na sede da Polícia Federal em Curitiba em julho. Na ocasião, ele declarou que o acordo de integração entre Mercosul e União Europeia será revisto, pois foi anunciado precipitadamente em razão da corrida eleitoral e porque agravará os problemas enfrentados pela indústria argentina.
Julgada na Justiça argentina por corrupção, Cristina anunciou em abril que abdicaria da cabeça da chapa em favor de Fernández, que, segundo ela, teria um perfil mais de consenso em união "adequado" ao que a Argentina precisa para o momento em que vive.
Ainda bastante popular no país vizinho, a ex-presidente terá o desafio de transferir seus votos para Fernández, que nunca disputou uma eleição majoritária — em um movimento similar ao que Lula tentou com Dilma Rousseff e Fernando Haddad nas últimas eleições.
O resultado da primária do domingo, quando Fernández teve 47% dos votos, indica que a estratégia pode ser bem sucedida em outubro.
Lula foi impedido de disputar as eleições de 2018 por ter sido condenado em segunda instância no caso do triplex do Guarujá, conforme a Lei da Ficha Limpa. Haddad concorreu em seu lugar.
Atualmente senadora, a ex-presidente detém foro privilegiado e só pode ser presa com autorização do Congresso. Ela é suspeita de beneficiar empresários próximos ao kircherismo na concessão de obras pública e se diz inocente, vítima de uma perseguição da mídia e da Justiça argentina.