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Lula diz que, se eleito, vai tirar 8 mil militares de cargos comissionados

O petista afirmou que mais difícil do que vencer as eleições neste ano, vai ser "desfazer o desmonte das instituições" realizado, segundo ele, pelo governo de Jair Bolsonaro

Lula: No mesmo evento, o ex-presidente disse que a eleição de deputados estará no centro da estratégia do PT para as eleições deste ano (Amanda Perobelli/Reuters)

Lula: No mesmo evento, o ex-presidente disse que a eleição de deputados estará no centro da estratégia do PT para as eleições deste ano (Amanda Perobelli/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de abril de 2022 às 21h03.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira, 4, que pretende tirar "quase oito mil militares que estão em cargos" caso assuma a Presidência da República. O petista afirmou que mais difícil do que vencer as eleições neste ano, vai ser "desfazer o desmonte das instituições" realizado, segundo ele, pelo governo de Jair Bolsonaro.

"Nós vamos ter que começar o governo sabendo que nós vamos ter que tirar quase oito mil militares que estão em cargos, pessoas que não prestaram concursos", declarou Lula, durante reunião da Direção Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) de 2020 aponta que o número de militares que ocupam cargos civis no governo federal mais do que dobrou. A quantidade de militares - tanto da ativa quanto da reserva - passou de 2.765, em 2018, para 6.157, em 2020, segundo o relatório.

Um levantamento do Poder360 feito no mesmo ano a partir de dados da Lei de Acesso à Informação diz que 8.450 militares da reserva trabalham em ministérios, comandos e tribunais militares.

Lula diz trabalhar para evitar a eleição de 'pilantras' na Câmara

No mesmo evento, o ex-presidente disse que a eleição de deputados estará no centro da estratégia do PT para as eleições deste ano. Com um crescimento da base governista na Câmara, Lula destacou que, ainda que vença nas eleições deste ano, se a esquerda não tiver uma base forte no Congresso, dificilmente um eventual governo conseguirá avançar em pautas importantes para sua base.

"Nós temos uma tarefa quase heroica. Uma coisa revolucionária. Quais são os deputados que vão ser eleitos na cidade em que a gente mora? Como é que a gente vai trabalhar para não deixar eleger pilantras, como a gente vai fazer para não deixar a direita ter uma maioria", disse o petista.

O ex-presidente também citou a nova configuração do Congresso, após as trocas feitas durante a janela partidária. Segundo o petista, os partidos viraram "cooperativas" de deputados. "O que vale é a repartição do fundo eleitoral", afirmou.

A relação de Lula com o Congresso foi marcada pelo escândalo do mensalão, esquema de compra de votos de parlamentares que ameaçou derrubar o primeiro governo do petista, em 2005. A revelação feita pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB) de que congressistas recebiam uma espécie de mesada para votar a favor dos projetos do governo virou ação penal julgada pelo Supremo Tribunal Federal em 2012 - 25 réus foram condenados.

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