Lobista diz que ex-assessor de Capez ganhou comissão
O empresário afirmou que Fernando Capez prestou serviços para a Coaf alvo central da investigação da Polícia Civil e do Ministério Público do Estado
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2016 às 09h07.
São Paulo - O empresário Marcel Ferreira Júlio, apontado como lobista do esquema de fraudes em licitações da merenda escolar, afirmará aos investigadores da Operação Alba Branca que um ex-assessor do deputado Fernando Capez (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, prestou serviços para a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), alvo central da investigação da Polícia Civil e do Ministério Público do Estado.
Foragido desde 19 de janeiro, quando sua prisão foi decretada pela Justiça, Marcel dirá que Jéter Rodrigues, que na ocasião integrava o gabinete de Capez, conseguiu, "na prática", que a Secretaria da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB) passasse a comprar suco de laranja da Coaf, em 2014.
A cooperativa havia sido cadastrada em uma chamada pública da pasta, mas não estava fornecendo o produto, segundo Marcel. A situação teria mudado quando Jéter entrou em cena.
O lobista vai dizer, ainda, que nunca contribuiu com as campanhas eleitorais de Capez e jamais pagou propinas ao presidente da Assembleia.
Capez afirma que demitiu Jéter em dezembro ao descobrir que ele usou seu nome para indicar um delegado para a polícia paulista.
Marcel quer depor e "esclarecer todos os fatos". Ele atuava em nome da Coaf, representando a cooperativa em entes públicos. Sua missão era "apresentar" a cooperativa a órgãos da administração, como prefeituras, autarquias e repartições do Estado.
A Justiça decretou a prisão temporária do lobista a pedido da Alba Branca. Mas ele fugiu. Sua defesa pediu a revogação do decreto de prisão.
Marcel caiu no grampo mantendo sucessivos contatos com outros investigados, entre eles Luiz Roberto dos Santos, o "Moita", então chefe de gabinete da Secretaria da Casa Civil de Alckmin - um dia antes da deflagração da Alba Branca, Edson Aparecido, chefe da Casa Civil, demitiu "Moita", que retornou à sua função na CPTM.
Defesas
A Secretaria de Educação informou que segue a legislação do Programa Nacional de Alimentação Escolar, "que institui a inserção, na alimentação escolar, de 30% de alimentos cultivados e produzidos por meio da agricultura familiar e se mantém à disposição da Polícia Civil e do Ministério Público no que for necessário para dar sequencia às investigações".
O criminalista Luiz Fernando Pacheco argumenta que Marcel não está afrontando a Justiça ao se manter foragido.
"Ele considera que a prisão é um constrangimento desnecessário. Ele quer depor, está disposto a esclarecer todos os fatos", disse.
"Marcel pode ser chamado de lobista porque o trabalho dele é aproximar empresas de órgãos públicos. Ele apresentava empresas que desejavam negociar com entes púbicos. Isso não é crime."
São Paulo - O empresário Marcel Ferreira Júlio, apontado como lobista do esquema de fraudes em licitações da merenda escolar, afirmará aos investigadores da Operação Alba Branca que um ex-assessor do deputado Fernando Capez (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, prestou serviços para a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), alvo central da investigação da Polícia Civil e do Ministério Público do Estado.
Foragido desde 19 de janeiro, quando sua prisão foi decretada pela Justiça, Marcel dirá que Jéter Rodrigues, que na ocasião integrava o gabinete de Capez, conseguiu, "na prática", que a Secretaria da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB) passasse a comprar suco de laranja da Coaf, em 2014.
A cooperativa havia sido cadastrada em uma chamada pública da pasta, mas não estava fornecendo o produto, segundo Marcel. A situação teria mudado quando Jéter entrou em cena.
O lobista vai dizer, ainda, que nunca contribuiu com as campanhas eleitorais de Capez e jamais pagou propinas ao presidente da Assembleia.
Capez afirma que demitiu Jéter em dezembro ao descobrir que ele usou seu nome para indicar um delegado para a polícia paulista.
Marcel quer depor e "esclarecer todos os fatos". Ele atuava em nome da Coaf, representando a cooperativa em entes públicos. Sua missão era "apresentar" a cooperativa a órgãos da administração, como prefeituras, autarquias e repartições do Estado.
A Justiça decretou a prisão temporária do lobista a pedido da Alba Branca. Mas ele fugiu. Sua defesa pediu a revogação do decreto de prisão.
Marcel caiu no grampo mantendo sucessivos contatos com outros investigados, entre eles Luiz Roberto dos Santos, o "Moita", então chefe de gabinete da Secretaria da Casa Civil de Alckmin - um dia antes da deflagração da Alba Branca, Edson Aparecido, chefe da Casa Civil, demitiu "Moita", que retornou à sua função na CPTM.
Defesas
A Secretaria de Educação informou que segue a legislação do Programa Nacional de Alimentação Escolar, "que institui a inserção, na alimentação escolar, de 30% de alimentos cultivados e produzidos por meio da agricultura familiar e se mantém à disposição da Polícia Civil e do Ministério Público no que for necessário para dar sequencia às investigações".
O criminalista Luiz Fernando Pacheco argumenta que Marcel não está afrontando a Justiça ao se manter foragido.
"Ele considera que a prisão é um constrangimento desnecessário. Ele quer depor, está disposto a esclarecer todos os fatos", disse.
"Marcel pode ser chamado de lobista porque o trabalho dele é aproximar empresas de órgãos públicos. Ele apresentava empresas que desejavam negociar com entes púbicos. Isso não é crime."