Waldir Maranhão: os deputados apontam saídas para o caso um pedido de cassação do mandato de Maranhão, o que levaria meses (Adriano Machado / Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2016 às 12h22.
A menos de 20 dias de uma decisão do Conselho de Ética, que pode definir o futuro do presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), partidos que encamparam o processo de impeachment de Dilma Rousseff continuam na busca por uma saída para o comando da Casa, atualmente nas mãos do interino Waldir Maranhão (PP-MA).
Líderes do chamado centrão - PTB, PSD e PR - e de oposição à presidente afastada estão reunidos desde o final da manhã de hoje (17) para tentar um consenso sobre a melhor alternativa para a Casa.
Maranhão é alvo das inúmeras reuniões e discussões mobilizadas por lideranças nas últimas semanas, desde que assinou decisão para anular sessões da Casa, quando foi aprovada a continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Os deputados apontam como saídas para o caso um pedido de cassação do mandato de Maranhão, o que levaria meses, uma resolução que pudesse indicar a vacância da cadeira ou, ainda, uma solução diplomática em que Maranhão ocupasse a cadeira sem qualquer poder de comando.
Nesta última opção, a Câmara seria conduzida pelo 1º secretário da Mesa Diretora, Beto Mansur (PRB-SP).
O comando de Maranhão deve ser testado hoje, quando, às 15h, líderes de todos os partidos representados na Casa fazem a tradicional reunião semanal para discutir votações.
A pauta está trancada por quatro medidas provisórias e três projetos de lei do Poder Executivo com urgência constitucional. Maranhão declarou aos deputados que o apoiam que irá conduzir o encontro, marcado para ocorrer em seu gabinete, e a sessão plenária, agendada para o final da tarde de hoje.
Ex-vice líder do governo Dilma, Silvio Costa (PTdoB-PE), que chegou à reunião informal de líderes do centrão e da oposição, na sala do PTB, sem saber o tema do encontro, deixou o local criticando as manobras estudadas para o afastamento de Maranhão.
Costa, que é um dos nomes na disputa pela bancada da minoria, agora nas mãos de aliados petistas, disse que ofereceu sustentação política ao deputado.
“Não adianta este governo provisório pressionar. Ninguém vai tirar Maranhão”, afirmou Silvio Costa, lembrando que o parlamentar foi eleito para o cargo de 1º vice-presidente da Mesa, na chapa que elegeu Cunha presidente da Casa.
Costa ainda rejeitou a proposta de Mansur comandar a Casa em caso de uma saída de Maranhão. “Não vamos aceitar nenhum arrumadinho, nenhuma engenharia regimental. Seria uma desmoralização”, disse.