Efraim Filho: "Não dá para pensar em cronograma da Previdência sem concluir a trabalhista" (Facebook/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de junho de 2017 às 19h34.
Brasília - A derrota do governo na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado acendeu a luz amarela entre os governistas na Câmara.
O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), concluiu que a rejeição do texto da reforma trabalhista mostra que o governo não pode gastar energia com duas matérias de peso em articulação no Congresso Nacional ao mesmo tempo.
Para Efraim, é preciso esperar a aprovação da trabalhista para retomar a articulação da previdenciária na Câmara.
"Não dá para pensar em cronograma da Previdência sem concluir a trabalhista. É um desafio de cada vez", afirmou. Efraim admitiu que a derrota foi "impactante", mas que agora o governo precisa responder com fatos "e não com discursos".
Outros líderes aliados minimizaram a votação na CAS e disseram que o governo vai recuperar o estrago nas próximas etapas da tramitação.
"É só a posição de uma comissão que deu parecer desfavorável. O que interessa é a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça)", disse o vice-líder do governo, deputado Beto Mansur (PRB-SP).
O parlamentar, que defende a retomada imediata das articulações para aprovar a reforma da Previdência, rechaçou a tese de que haverá repercussão negativa sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) na Câmara.
Relator da reforma trabalhista na Câmara, Rogério Marinho (PSDB-RN) não escondeu a frustração com a derrota de seu texto na CAS, mas acredita que o governo tem condições de reverter o resultado.
"É ruim, claro. O que vale é o resultado final. A guerra não está vencida não", declarou.
Enquanto os governistas desconversavam sobre a derrota no Senado, os oposicionistas tripudiaram no plenário da Câmara.
"Parece aqui um velório de fim de governo", ironizou o líder da Minoria, José Guimarães (PT-CE).
O petista lembrou que o governo não tem os 308 votos para aprovar a reforma previdenciária em dois turnos e disse que o presidente Michel Temer já não tem mais condições políticas de conduzir o governo. "Esse País caminha para o abismo", concluiu.