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'Lembrancinhas' de atos bolsonaristas estão à venda em Brasília

Canecas brancas trazem estampada foto da bandeira do Brasil com a legenda: "Manifestação no QG do Exército em Brasília. Eu estava lá!"

Um vendedor mostra uma caneca com a imagem do presidente Lula ao lado de outra com a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro em frente à Catedral de Brasília,em 21 de janeiro de 2023 (AFP/Reprodução)
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AFP

Publicado em 23 de janeiro de 2023 às 06h20.

Chaveiros “Eu amo Brasília”, ímãs com fotos da arquitetura de Oscar Niemeyer e canecas com fotos das manifestações bolsonaristas em frente ao quartel do Exército: as lembrancinhas da capital brasileira.

“É uma recordação histórica de uma luta que foi difícil”, afirma Agnaldo Noleto, de 52 anos, vendedor de souvenirs turísticos há mais de 30 anos em frente à Catedral de Brasília, a poucos metros da Esplanada dos Ministérios.

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As canecas brancas trazem estampada uma foto em que predominam as bandeiras do Brasil, símbolos dos atos bolsonaristas , com a legenda: "Manifestação no QG do Exército em Brasília. Eu estava lá!".

Noleto começou a produzir as peças -  que vende por R$ 50 - em dezembro, depois que apoiadores de Bolsonaro se instalaram em frente ao quartel de Brasília pedindo às autoridades que impedissem a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas com os ataques do dia 8 de janeiro, quando milhares de bolsonaristas radicais invadiram e saquearam as sedes dos Três Poderes, o item tornou-se impopular.

"Não vendi nenhuma nestas duas semanas. As pessoas estão com medo, eu acho", declara.

Já os itens estampados com o rosto de Bolsonaro continuam em alta, garante Noleto.

"Tudo acaba rápido, hoje não tenho quase nada", diz ao abrir sua barraca no domingo (22), duas semanas após o atentado em Brasília, e depois de vender sua última caneca com a imagem do ex-presidente.

“Os brasileiros preferem Bolsonaro”, afirma o vendedor que votou nele, mas mantém a barraca abastecida também com itens do presidente Lula, entre eles a caneca “Estive na posse do presidente”.

"Mas só os europeus compram as (canecas) do Lula. Só vendi duas em duas semanas, e foram para uma francesa", afirma.

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