Le Monde defende novas eleições ao criticar governo Dilma
O jornal frânces criticou a retórica do "golpe" usada pelo governo de Dilma para desqualificar a articulação política do impeachment
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2016 às 18h59.
São Paulo - Em editorial publicado na edição desta quarta-feira, 30, o diário francês 'Le Monde' criticou a retórica usada pelo governo de Dilma Rousseff para desqualificar a articulação política que tenta aprovar o impeachment da presidente.
"Revolta das classes médias, recessão econômica e volta da inflação, partidos gangrenados pela corrupção e uma presidente ameaçada de destituição. Após um início de século brilhante, o Brasil atravessa uma crise sem precedentes, que o conduziu, há não muito tempo atrás, a um golpe de Estado. Esses tempos, no entanto, fazem parte do passado, e esta não é mais uma época de ditaduras militares apoiadas pela CIA", afirma o editorial, intitulado "Isto não é um golpe de Estado".
A publicação afirma que a destituição do presidente é prevista pela Constituição brasileira e cita, como exemplo, a deposição de Fernando Collor de Mello no início dos anos 1990.
Ela também lembra que o putsch (golpe) de 1964 se traduziu na suspensão dos direitos civis e das liberdades, na prisão e tortura de opositores, na censura da imprensa e em execuções sumárias.
"Dilma Rousseff e o antigo sindicalista Lula sabem disso, uma vez que foram vítimas. Esperava-se deles uma escolha melhor de palavras."
Para o Le Monde, a retórica utilizada tem por objetivo desqualificar os manifestantes e a oposição, além de revelar governantes "acossados".
O editorial diz, no entanto, que as instituições brasileiras não estão em perigo desta vez, mas que "a corrupção é um veneno mortal que deve ser combatida".
Para a publicação, o impeachment certamente não é a melhor solução, apenas a menos trabalhosa. "Uma eleição presidencial antecipada teria a vantagem de dar voz aos brasileiros", afirma o diário.
"Ela permitiria a cada um, inclusive ao PT, de fazer valer seus argumentos. E ao Brasil de lidar com as crises econômicas e de confiança, algo que também atinge outros países. Independente do que aconteça, (que seja) em respeito à Constituição."
São Paulo - Em editorial publicado na edição desta quarta-feira, 30, o diário francês 'Le Monde' criticou a retórica usada pelo governo de Dilma Rousseff para desqualificar a articulação política que tenta aprovar o impeachment da presidente.
"Revolta das classes médias, recessão econômica e volta da inflação, partidos gangrenados pela corrupção e uma presidente ameaçada de destituição. Após um início de século brilhante, o Brasil atravessa uma crise sem precedentes, que o conduziu, há não muito tempo atrás, a um golpe de Estado. Esses tempos, no entanto, fazem parte do passado, e esta não é mais uma época de ditaduras militares apoiadas pela CIA", afirma o editorial, intitulado "Isto não é um golpe de Estado".
A publicação afirma que a destituição do presidente é prevista pela Constituição brasileira e cita, como exemplo, a deposição de Fernando Collor de Mello no início dos anos 1990.
Ela também lembra que o putsch (golpe) de 1964 se traduziu na suspensão dos direitos civis e das liberdades, na prisão e tortura de opositores, na censura da imprensa e em execuções sumárias.
"Dilma Rousseff e o antigo sindicalista Lula sabem disso, uma vez que foram vítimas. Esperava-se deles uma escolha melhor de palavras."
Para o Le Monde, a retórica utilizada tem por objetivo desqualificar os manifestantes e a oposição, além de revelar governantes "acossados".
O editorial diz, no entanto, que as instituições brasileiras não estão em perigo desta vez, mas que "a corrupção é um veneno mortal que deve ser combatida".
Para a publicação, o impeachment certamente não é a melhor solução, apenas a menos trabalhosa. "Uma eleição presidencial antecipada teria a vantagem de dar voz aos brasileiros", afirma o diário.
"Ela permitiria a cada um, inclusive ao PT, de fazer valer seus argumentos. E ao Brasil de lidar com as crises econômicas e de confiança, algo que também atinge outros países. Independente do que aconteça, (que seja) em respeito à Constituição."