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Lava Jato denuncia deputado Aníbal Gomes por propinas na Petrobras

Crime teria relação com suposta propina de US$ 6 mi solicitada para sustentar politicamente a permanência de Cerveró à frente da diretoria da Petrobras

Aníbal Gomes: deputado foi denunciado pela Lava Jato por suposta propina na Petrobras (Câmara dos Deputados/Divulgação)

Aníbal Gomes: deputado foi denunciado pela Lava Jato por suposta propina na Petrobras (Câmara dos Deputados/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de novembro de 2019 às 12h50.

A força-tarefa Lava Jato denunciou nesta quarta-feira, 27, o deputado Aníbal Gomes e seu assessor Luis Carlos Batista Sá pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo os procuradores do Ministério Público Federal do Paraná, os crimes teriam relação com supostas propinas de US$ 6 milhões solicitadas pelo parlamentar para sustentar politicamente a permanência de Nestor Cerveró à frente da Diretoria Internacional da Petrobras. De tal valor, Aníbal Gomes recebeu pelo menos US$ 3,6 milhões, diz a Lava Jato.

Atualmente, Aníbal Gomes é suplente pelo DEM. Em maio assumiu o mandato como deputado federal, mas se afastou do cargo em outubro. As informações foram divulgadas pela Assessoria de imprensa da Procuradoria.

Segundo a força-tarefa, os crimes teriam ocorrido a partir de 2006, quando Aníbal Gomes era deputado federal pelo PMDB. A Procuradoria indica que, dos US$ 6 milhões em propinas acertados Aníbal recebeu ao menos US$ 3.686.869,21 pagos por Julio Gerin de Almeida Camargo, representante da Samsung Heavy Industries.

A vantagem foi oferecida por Cerveró e acertada durante as negociações do contrato para a construção do navio-sonda Petrobras 10.000, dizem os procuradores.

Ainda segundo a Lava Jato, o assessor parlamentar Luis Carlos Batista Sá teria auxiliado Aníbal na gestão dos valores recebidos e na ocultação de sua origem ilícita. As investigações identificaram diversas operações financeiras realizadas entre 15 de setembro de 2006 e 7 de novembro de 2007, no Brasil e na Suíça.

No país europeu, os valores teriam sido depositados em contas mantidas em nome das offshores Headliner Limited e Gallpert Co. Segundo os procuradores, as empresas pertencem ao empresário Walter Faria, do Grupo Petrópolis, já denunciado no âmbito da Lava Jato por 12 crimes de lavagem de dinheiro. No total, foram 12 pagamentos que somaram US$ 3.686.869,21.

Além das condenações, a Lava Jato pediu à Justiça que determine que os denunciados devolvam os US$ 3,6 milhões que supostamente receberam, convertidos em reais, e paguem multa mínima de US$ 6 milhões - relativos a suposta vantagem indevida solicitada em troca do "apoio político" a Cerveró.

Defesas

A reportagem busca contato com a defesa do deputado e do assessor parlamentar. O espaço está aberto para manifestações.

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