Brasil

Lava Jato cumpriu oito mandados de prisão preventiva nesta quinta

Os mandados, autorizados pelo ministro Edson Fachin, foram cumpridos no Rio, em São Paulo, em Minas, no Maranhão, no Paraná e no Distrito Federal

Andrea Neves: imóveis ligados a Aécio Neves e à irmã foram alvo dos agentes, além do gabinete do deputado Rocha Loures (PMDB-PR), que também foi citado na delação dos donos da JBS (Cristiane Mattos/Reuters)

Andrea Neves: imóveis ligados a Aécio Neves e à irmã foram alvo dos agentes, além do gabinete do deputado Rocha Loures (PMDB-PR), que também foi citado na delação dos donos da JBS (Cristiane Mattos/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 18 de maio de 2017 às 20h35.

Deflagrada na manhã de hoje (18) em decorrência das delações premiadas dos empresários Joesley Batista e Wesley Batista, donos do grupo JBS, controlador do frigorífico Friboi, a nova fase da Operação Lava Jato cumpriu 41 mandados de busca e apreensão e oito de prisão preventiva, entre eles o da irmã do senador suspenso Aécio Neves (PSDB-MG), Andrea Neves.

Os mandados, autorizados pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), foram cumpridos pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Minas Gerais, no Maranhão, no Paraná e no Distrito Federal.

Imóveis ligados a Aécio Neves e à irmã foram alvo dos agentes, além do gabinete do deputado Rocha Loures (PMDB-PR), que também foi citado na delação dos donos da JBS.

Também foram presos Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Aécio, e Mendherson Souza Lima, assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).

Além desses, foi preso em Brasília o procurador da República Ângelo Goulart Vilela. Nem a Polícia Federal, nem o Ministério Público Federal divulgaram, até agora, a lista dos mandados de prisão que foram cumpridos.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República, o objetivo das buscas foi apreender documentos, livros contábeis e fiscais, arquivos eletrônicos, aparelhos de telefone, valores e outros objetos que possam servir de prova.

Os alvos da operação são suspeitos da prática dos crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, constituição e participação na organização criminosa.

Os pedidos de prisão e busca e apreensão foram formulados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base na delação dos irmãos Batista que foram homologadas hoje por Fachin.

"Os elementos de prova revelam que alguns políticos continuam a utilizar a estrutura partidária e o cargo para cometerem crimes em prejuízo do Estado e da sociedade. Com o estabelecimento de tarefas definidas, o núcleo político da organização criminosa investigada na Operação Lava Jato promove interações diversas com agentes econômicos, com o objetivo de obter vantagens ilícitas, por meio da prática de crimes, sobretudo a corrupção", argumentou Janot nos pedidos feitos ao STF.

"Isso demonstra que o esperado efeito depurador e dissuasório das investigações e da atuação do Poder Judiciário lamentavelmente não vem ocorrendo, e a espiral de condutas reprováveis continua em marcha nos mesmos termos e com a mesma ou maior intensidade e desfaçatez", ressaltou o procurador-geral da República.

Acompanhe tudo sobre:Delação premiadaJBSJoesley BatistaMichel TemerOperação Lava Jato

Mais de Brasil

Bolsonaro nega participação em trama golpista e admite possibilidade de ser preso a qualquer momento

Haddad: pacote de medidas de corte de gastos está pronto e será divulgado nesta semana

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos