Lama de barragens começa a chegar ao mar hoje; veja trajeto
Onda percorreu mais de 500 quilômetros pelo estado de Minas Gerais e Espírito Santo; massa mais crítica de lama está chegando à fronteira entre estados
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2015 às 07h32.
Última atualização em 2 de agosto de 2017 às 12h31.
São Paulo – A onda de águas turvas provocada pelo desabamento de duas barragens da Samarco no distrito de Bento Rodrigues, Minas Gerais , chega hoje ao município de Linhares, no Espírito Santo . A projeção é do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), órgão que monitora a passagem da lama em tempo real através de estações instaladas em cidades na calha do Rio Doce.
Até o relatório publicado ontem a noite, a onda já teria percorrido mais de 500 quilômetros pelo estado de Minas Gerais e Espírito Santo, até chegar a Linhares, onde as águas do Rio Doce desembocam no mar.
Ainda são os primeiros resquícios do desastre, que trazem apenas uma água mais turva. A massa com alta concentração de lama vem atrás e estava na altura de Tumiritinga, ainda em Minas Gerais, de acordo com o último relatório. Ainda hoje, o lamaçal deve chegar a Galiléia.
Segundo projeções do CPRM, a alta concentração de lama só deve chegar ao oceano na madrugada de segunda para terça-feira (17). Segundo o instituto, o evento não deve causar enchentes nos municípios às margens do rio.
Veja abaixo por onde passam as águas turvas do Rio Doce, comprometido pela tragédia de Mariana.
RELEMBRE
Na última quinta-feira, o desabamento das barragens de Fundão e Santarém liberou 62 milhões de metros cúbicos de água, lama e rejeitos de mineração em Bento Rodrigues, Minas Gerais. O lamaçal atingiu cinco distritos do município de Mariana, além dos rios Gualaxo do Norte e do Carmo, afluentes do Rio Doce.
Com a identificação de mais dois corpos ao longo na noite de ontem, a prefeitura de Mariana chegou a seis vítimas fatais decorrentes do desabamento. De acordo com os Bombeiros, 21 pessoas estão desaparecidas, sendo 11 funcionários da mineradora Samarco e dez informados por parentes.
Além de enormes prejuízos ambientais, o abastecimento de água para municípios dependentes da bacia do Rio Doce foi comprometido, chegando a dexar mais de 300 mil pessoas sem água, segundo informações da Folha de S.Paulo. Testes já estão sendo realizados na água do rio no ES, cogitando também uma interrupção no abastecimento.
O Ministério Público de Minas Gerais revelou ontem um documento de outubro de 2013 alegando que, desde então, havia riscos de rompimento nas barragens. Segundo o MP, havia erosões (como fendas, trincas ou aberturas) que poderiam desestabilizar a estrutura.