Médicos corruptos: grupo cobrava entre R$ 2 mil e R$ 8 mil de cada paciente (Getty/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de dezembro de 2018 às 15h54.
São Paulo - Promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, abriram nesta segunda-feira, 10, a Operação Mustela, contra um suposto esquema envolvendo médicos e servidores públicos que cobravam valores de pacientes para furar a fila do Sistema Único de Saúde (SUS). Estão sendo cumpridos 12 mandados de prisão temporária e 44 ordens de busca e apreensão expedidos pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Paraná.
Um alvo da operação é o gabinete do deputado Ademir Bier (PSD) - logo cedo, agentes da polícia e da Promotoria vasculharam as salas do parlamentar na Assembleia Legislativa do Paraná. Bier não foi reeleito.
Os investigadores revelaram que pacientes que necessitavam passar por procedimentos cirúrgicos faziam contato com um assessor do parlamentar, Paulo de Morais, o Paulinho, que fazia a "ponte" com os médicos.
O grupo cobrava entre 2 mil reais e 8 mil reais de cada paciente, diz a investigação. As ordens de prisão temporária foram decretadas contra dois médicos, assessores, secretárias e intermediadores, um deles vereador de Bandeirantes (PR).
Os mandados de busca são cumpridos em dez cidades (Curitiba, Campo Largo, Marechal Cândido Rondon, Almirante Tamandaré, Campina Grande do Sul, Telêmaco Borba, Bandeirantes, Campo Magro, Colombo e Siqueira Campos), atingindo também o diretório de um partido político, hospital e clínicas.