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Justiça eleitoral suspende outra conta de Pablo Marçal no Instagram

O juiz entendeu que a criação de um novo perfil Marçal buscou "burlar" a decisão anterior, que determinou a suspensão da conta do influenciador por 48 horas

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 5 de outubro de 2024 às 21h03.

Última atualização em 5 de outubro de 2024 às 21h08.

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O juiz eleitoral da cidade de São Paulo, Rodrigo Capez, determinou neste sábado, 5, a suspensão, por 48 horas, da outra conta no Instagram do influenciador e candidato à prefeitura da cidade de São Paulo Pablo Marçal (PRTB).

Mais cedo, o magistrado havia suspendido o perfil principal do influenciador. A decisão foi tomada após uma notícia-crime apresentada pela campanha do candidato à prefeitura e deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).

Após a suspensão do influenciador criou outro perfil, que chegou a ter mais de 1 milhão de seguidores em poucas horas. O juiz entendeu que a ação de Marçal buscou "burlar" a decisão anterior.

"A concitação para migração para outra conta na mesma plataforma (Instagram), imediatamente após a ordem de indisponibilização daquela existente e que de fato era largamente utilizada pelo representado, configura, de modo inequívoco, flagrante burla à referida decisão e manifesto ato atentatório à dignidade da Justiça Eleitoral, independentemente da renovação de postagens de caráter infamante ou difamatório", afirma o juiz.

Na sexta-feira, Marçal publicou um documento, sem provas, que afirmava que Boulos teria sido atendido em 2021 por um surto psicótico, e que um acompanhante do deputado teria apresentado um exame toxicológico que mostraria a presença de cocaína no sanguedo deputado.

Mais cedo, outra decisão, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, determinou que Marçal deveria apagar a publicação que usa um laudo para acusar Boulos de uso de cocaína. O juiz apontou que que existe plausibilidade nas alegações de falsidade do documento.

O documento, divulgado pelo influenciador para associar Boulos ao uso de drogas, apresenta um número errado no campo do RG do candidato e a assinatura de um médico que já consta como inativo no CRM.

Em um vídeo publicado nas redes, Boulos indicou elementos que comprovam a falsidade do laudo e afirmou que pedirá a prisão de Marçal e do dono da clínica Mais Consultas, o médico Luiz Teixeira da Silva Jr., por falsificação de documento.

Entre os indícios incluídos na ação estão:

  • número errado do RG de Boulos,
  • fotos do candidato no dia da suposta internação e provas de sua participação em live nas próprias redes naquela mesma data,
  • o fato de que o médico José Roberto de Souza morreu em 2022 e é ortopedista,
  • provas cabais de que Luiz Teixeira da Silva Jr. é amigo e parceiro de Marçal inclusive com fotos publicadas em redes sociais (e apagadas ontem),
  • reportagens mostrando o envolvimento de Teixeira com falsificação de documentos.

Em entrevista a TV Globo, a filha do médico José Roberto de Souza, a oftamologista Aline Garcia Souza, afirma que a assinatura usada no documento é falsa e que o pai dela nunca trabalhou na capital paulista, especialmente na clínica "Mais Consultas".

Souza disse que o pai atendia apenas em Campinas e cidades da região, entre elas Hortolândia, e sua especialidade era hematologia.

Questionado neste sábado sobre o laudo, Marçal disse que apenas recebeu e postou o laudo.

"Eu, Pablo, na minha rede social foi postado. Eu não tenho nenhuma ligação com o laudo. Pode perguntar para o Tassio Renan, que é meu advogado e checar", disse o influenciador.

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