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Justiça absolve Geddel Vieira da acusação de atrapalhar investigação

Geddel foi acusado pelo Ministério Público de tentar evitar a delação do empresário Lúcio Funaro, operador financeiro do suposto esquema de corrupção

Geddel Vieira Lima: juiz entendeu que não há provas que o ex-ministro tenha atrapalhado as investigações (Ueslei Marcelino/Reuters)

Geddel Vieira Lima: juiz entendeu que não há provas que o ex-ministro tenha atrapalhado as investigações (Ueslei Marcelino/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 4 de julho de 2018 às 19h45.

O juiz federal Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, decidiu hoje (4) absolver o ex-ministro Geddel Vieira Lima do crime de embaraço às investigações das operações da Polícia Federal (PF) Cui Bono e Sépsis, que apuram desvios na Caixa Econômica Federal.

Geddel foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de tentar evitar a delação premiada do empresário Lúcio Funaro, operador financeiro do suposto esquema de corrupção. No entendimento do MPF, Geddel atuou para constranger Funaro, telefonando por diversas vezes para a esposa dele, Raquel Pitta, quando o operador já estava preso, com objetivo de convencê-lo a não se tornar um delator.

Ao absolver Geddel, o juiz entendeu que não há provas que o ex-ministro tenha atrapalhado as investigações. "Não há prova de que os telefonemas tenham consistido em monitoramento de organização criminosa, tampouco de que ao mandar um abraço para Funaro, nos telefonemas dados a Raquel, o acusado Geddel de maneira furtiva, indireta ou subliminar, mandava-lhe recados para atender ou obedecer à organização criminosa", decidiu.

Prisão

Em 2007, Geddel foi preso, por determinação do próprio juiz Vallisney, por causa das acusações de obstrução das investigações. Mas, em seguida, o ex-ministro foi beneficiado com um habeas corpus concedido pelo desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, sediado em Brasília.

No entanto, após ganhar liberdade, Geddel voltou a ser preso após a Polícia Federal ter encontrado R$ 51 milhões em um apartamento de Salvador e que foram atribuídos a ele pelas investigadores. Atualmente, ele está custodiado na penitenciária da Papuda, em Brasília. Segundo os advogados do ex-ministro, a origem dos R$ 51 milhões decorre da "simples guarda de valores em espécie".

 

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