Jovens querem educação de qualidade, saúde e alimentação
Estudo do Ipea indica que temas são mais importantes para jovens do que para adultos
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2013 às 17h57.
São Paulo – Quais são as prioridades dos jovens no Brasil hoje? Uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ( Ipea ) nessa segunda-feira se propôs a responder essa e outras questões. De acordo com o estudo, educação, saúde e alimentação estão entre as principais preocupações dos brasileiros entre 15 e 29 anos.
Cerca de 11,4 mil pessoas foram entrevistadas para o levantamento realizado em maio – imediatamente antes da maior onda de protestos no país nos últimos 20 anos, que aconteceu no mês seguinte. Num formulário, jovens e adultos deveriam escolher seis temas prioritários num universo de 16 questões apresentadas.
Levantamento realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o questionário My World serviu de modelo para a pesquisa. Entre as conclusões obtidas pelo trabalho do Ipea, está o fato de jovens estarem mais preocupados com temas como educação de qualidade, fim do preconceito e oportunidades de trabalho do que as pessoas mais velhas.
Além disso, questões como melhorias nos transportes, liberdades políticas e acesso a telefone e internet também foram mais lembradas entre os mais novos. "A ênfase dada a este último elemento coincide com o meio a partir do qual os protestos de junho no Brasil inicialmente eclodiram", lembra Marcelo Neri, presidente do Ipea.
Prioridade | Jovens | Não Jovens |
---|---|---|
Educação de qualidade | 85,20% | 80,50% |
Melhorias em saúde | 82,70% | 86,60% |
Alimentação de qualidade | 70,10% | 76,10% |
Governo honesto e atuante | 63,50% | 65,70% |
Proteção contra violência | 49% | 52,30% |
Oportunidades de trabalho | 46,90% | 43,90% |
Melhorias em transportes | 40,90% | 37,90% |
Apoio às pessoas que não podem trabalhar | 35,10% | 38% |
Acesso à água e saneamento | 27,40% | 28,60% |
Proteção de rios, oceanos e florestas | 20,10% | 19,20% |
Acesso à energia em casa | 19,90% | 19,10% |
Fim do preconceito e discriminação | 19,50% | 15,90% |
Igualdade entre homem e mulher | 11,70% | 12,50% |
Liberdades políticas | 10,50% | 8,20% |
Acesso ao telefone e à internet | 10% | 8,30% |
Combate a mudanças climáticas | 7,30% | 7,10% |
Pororoca jovem
O levantamento do Ipea também indica que nunca antes na história desse país houve tantos jovens. Eles somam hoje cerca de 50 milhões e correspondem a 26% do total da população.
O estudo lembra que, proporcionalmente, os jovens já foram mais importantes na composição da sociedade brasileira – chegando a corresponder a mais de 29% do total em 1983. Porém, em números absolutos, a juventude brasileira está hoje no seu tamanho máximo.
Denominado "pororoca jovem", o fenômeno começou em 2003 e deve seguir estável até 2022 – a partir de quando se inicia uma redução que, em 20 anos, deve encolher em 12,5 milhões de pessoas o número de brasileiros nessa faixa etária.
"O Brasil precisa aproveitar ao máximo a longa duração da pororoca jovem para impulsionar suas transformações sociais e econômicas", defende Neri. Segundo o presidente do Ipea, a quantidade de jovens no fim do século XXI vai corresponder a apenas 60% do que representa hoje.
Apesar do tamanho, a juventude brasileira ainda é o principal alvo da violência. Números do Mapa da Violência 2013 mostram que, entre 1980 e 2011, o número de mortes violentas entre jovens cresceu mais de 200%. Além disso, em cidades como Maceió, a quantidade de assassinatos nessa faixa etária mais que dobrou em dez anos.
São Paulo – Quais são as prioridades dos jovens no Brasil hoje? Uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ( Ipea ) nessa segunda-feira se propôs a responder essa e outras questões. De acordo com o estudo, educação, saúde e alimentação estão entre as principais preocupações dos brasileiros entre 15 e 29 anos.
Cerca de 11,4 mil pessoas foram entrevistadas para o levantamento realizado em maio – imediatamente antes da maior onda de protestos no país nos últimos 20 anos, que aconteceu no mês seguinte. Num formulário, jovens e adultos deveriam escolher seis temas prioritários num universo de 16 questões apresentadas.
Levantamento realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o questionário My World serviu de modelo para a pesquisa. Entre as conclusões obtidas pelo trabalho do Ipea, está o fato de jovens estarem mais preocupados com temas como educação de qualidade, fim do preconceito e oportunidades de trabalho do que as pessoas mais velhas.
Além disso, questões como melhorias nos transportes, liberdades políticas e acesso a telefone e internet também foram mais lembradas entre os mais novos. "A ênfase dada a este último elemento coincide com o meio a partir do qual os protestos de junho no Brasil inicialmente eclodiram", lembra Marcelo Neri, presidente do Ipea.
Prioridade | Jovens | Não Jovens |
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Educação de qualidade | 85,20% | 80,50% |
Melhorias em saúde | 82,70% | 86,60% |
Alimentação de qualidade | 70,10% | 76,10% |
Governo honesto e atuante | 63,50% | 65,70% |
Proteção contra violência | 49% | 52,30% |
Oportunidades de trabalho | 46,90% | 43,90% |
Melhorias em transportes | 40,90% | 37,90% |
Apoio às pessoas que não podem trabalhar | 35,10% | 38% |
Acesso à água e saneamento | 27,40% | 28,60% |
Proteção de rios, oceanos e florestas | 20,10% | 19,20% |
Acesso à energia em casa | 19,90% | 19,10% |
Fim do preconceito e discriminação | 19,50% | 15,90% |
Igualdade entre homem e mulher | 11,70% | 12,50% |
Liberdades políticas | 10,50% | 8,20% |
Acesso ao telefone e à internet | 10% | 8,30% |
Combate a mudanças climáticas | 7,30% | 7,10% |
Pororoca jovem
O levantamento do Ipea também indica que nunca antes na história desse país houve tantos jovens. Eles somam hoje cerca de 50 milhões e correspondem a 26% do total da população.
O estudo lembra que, proporcionalmente, os jovens já foram mais importantes na composição da sociedade brasileira – chegando a corresponder a mais de 29% do total em 1983. Porém, em números absolutos, a juventude brasileira está hoje no seu tamanho máximo.
Denominado "pororoca jovem", o fenômeno começou em 2003 e deve seguir estável até 2022 – a partir de quando se inicia uma redução que, em 20 anos, deve encolher em 12,5 milhões de pessoas o número de brasileiros nessa faixa etária.
"O Brasil precisa aproveitar ao máximo a longa duração da pororoca jovem para impulsionar suas transformações sociais e econômicas", defende Neri. Segundo o presidente do Ipea, a quantidade de jovens no fim do século XXI vai corresponder a apenas 60% do que representa hoje.
Apesar do tamanho, a juventude brasileira ainda é o principal alvo da violência. Números do Mapa da Violência 2013 mostram que, entre 1980 e 2011, o número de mortes violentas entre jovens cresceu mais de 200%. Além disso, em cidades como Maceió, a quantidade de assassinatos nessa faixa etária mais que dobrou em dez anos.