José Rainha Júnior, ex-líder do MST: "é o único jeito que a gente tem de ser ouvido é a gente gritar" (Reprodução/YouTube)
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2016 às 19h34.
Representantes da Frente Nacional de Luta Campos e Cidade (FNL) reuniram-se hoje (3) com o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para apresentar as dificuldades que enfrentam sobre questões que envolvem as terras que são ocupadas e não são vistoriadas e sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que trata da questão das terras indígenas.
De acordo com o fundador da FNL, José Rainha, e ex-presidente do MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra), eles (FNL) fizeram pedidos de audiências aos presidentes do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e à presidente Dilma Rousseff para tratarem de questões da reforma agrária e de outras preocupações da FNL.
Durante a audiência, José Rainha disse que pediu ao presidente da Câmara que interferisse junto à presidente Dilma Rousseff para que ela recebesse uma comissão dos trabalhadores da Frente Nacional de Luta para tratar da reforma agrária. Segundo Rainha, Cunha disse que irá analisar os pedidos que foram feitos.
Em relação às ocupações e invasões que integrantes da FNL vem fazendo, José Rainha disse que são uma forma de pressionar as autoridades sobre “o descaso com a reforma agrária” e com a situação que vive a agricultura familiar no país.
“É o único jeito que a gente tem de ser ouvido é a gente gritar. As ocupações são uma forma de pressão para chamar a situação gritante que vive a agricultura familiar, que vive os trabalhadores em acampamento. Não se trata de rompimento, nós não somos aliados do governo, somos do movimento social, somos aliados à luta dos trabalhadores para fazer a reforma agrária, em defesa das terras indígenas em defesa dos quilombolas”, disse Rainha.