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Janaina Paschoal diz a colegas que quer deixar o PSL: "vocês estão cegos"

Em mensagem no WhatsApp, ela diz a deputados do seu partido que são "muito parecidos com petistas" e questiona "faculdades mentais" do presidente Bolsonaro

Janaína Paschoal: “Saiam da bolha. Vocês são muito parecidos com petistas. Não tem nada a ver com toma lá dá cá", afirmou (Adriano Machado/Reuters)

Janaína Paschoal: “Saiam da bolha. Vocês são muito parecidos com petistas. Não tem nada a ver com toma lá dá cá", afirmou (Adriano Machado/Reuters)

CC

Clara Cerioni

Publicado em 20 de maio de 2019 às 16h37.

Última atualização em 20 de maio de 2019 às 17h12.

São Paulo — A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) disse nesta segunda-feira (20) que seus colegas do partido "estão cegos" e que ela quer deixar a bancada da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Em mensagem enviada a um grupo de congressistas do WhatsApp, a advogada, que foi coautora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, afirma que já ajudou o partido na eleição, mas "precisa pensar no país".

“Amigos, vocês estão sendo cegos. Estou saindo do grupo, vou ver como faço para sair da bancada. Acho que os ajudei na eleição, mas preciso pensar no país. Isso tudo é responsabilidade”, escreveu a deputada.

“Saiam da bolha. Vocês são muito parecidos com petistas. Não tem nada a ver com toma lá dá cá. O presidente precisa entender que não será ovacionado pelo povo. A história mostra que essa estratégia não dá certo”, completou. Logo depois, ela deixou o grupo.

A reportagem procurou por Janaína, mas ainda conseguiu contato. A autenticidade das mensagens, que foram reveladas pela Rádio Joven Pan, foi confirmada por uma assessora do partido.

Segundo a rádio, a parlamentar enviou, ainda, o vídeo do pastor Steve Kunda, que o presidente compartilhou em seu Facebook neste fim de semana, e comentou: "E esse vídeo maluco de Messias? O que ele quer com isso?"

No vídeo, um "pastor francês expõe sua visão sobre o futuro do Brasil". "Não existe teoria da conspiração, existe uma mudança de paradigma na política. Quem deve ditar os rumos do país é o povo! Assim são as democracias", escreveu o presidente.

Críticas no Twitter

No fim de semana, o descontentamento da deputada com a legenda do presidente da República, Jair Bolsonaro, já havia ficado evidente.

No domingo (19) e nesta segunda-feira (20), ela publicou no Twitter duas séries de mensagens explicando os motivos de ela não concordar com as manifestações que estão sendo convocadas para apoiar o presidente Jair Bolsonaro no dia 26 de maio.

Ela continuou afirmando que "o governo se colocou na situação em que está", nomeando a situação de "imobilismo". "E chama as pessoas para tirá-lo do imobilismo. Por quê?".

Na sequência de publicações, a deputada relembrou ainda episódios que, na sua visão, seriam erros cometidos pelo governo e que ajudaram a compor o quadro atual.

Janaina citou o apoio do PSL a Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara Federal. Na ocasião, ela diz ter apoiado "candidatos mais identificados com os ideais pelos quais lutamos" e disse que o governo iria se "arrepender amargamente" pelo apoio dado a Maia.

LEIA MAIS: EXAME Pergunta com Janaína Paschoal: “Não tenho líderes nem gurus”

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