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Ipea admite erro em pesquisas e contesta críticas

Para o presidente do instituto, o erro foi "uma fatalidade" e não invalida as conclusões gerais do estudo


	Foto do perfil de Nana Queiroz, criadora do evento no Facebook "Eu não mereço ser estuprada": apesar da mudança de resultado, o Ipea sustenta haver tolerância com a violência contra a mulher
 (Reprodução/Facebook)

Foto do perfil de Nana Queiroz, criadora do evento no Facebook "Eu não mereço ser estuprada": apesar da mudança de resultado, o Ipea sustenta haver tolerância com a violência contra a mulher (Reprodução/Facebook)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2014 às 08h20.

Rio - O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, rebateu as críticas recebidas após a admissão do erro, na última sexta-feira, 4, no estudo sobre a percepção dos brasileiros em relação à violência contra as mulheres, divulgado uma semana antes.

O órgão informou que 26% dos brasileiros, e não 65%, concordam, total ou parcialmente, com a afirmação de que "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas".

Para ele, o erro foi "uma fatalidade", não está relacionado a uma suposta perda de foco do Ipea, como sugeriram alguns críticos, e não invalida as conclusões gerais do estudo.

"Foi o famoso erro de planilha", disse Neri, também ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo.

Destacando a importância de o erro ter sido reconhecido publicamente, Neri comparou o caso a uma troca de dados identificada em um famoso artigo de coautoria de Kenneth Rogoff, professor da Universidade Harvard e ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), que seria descoberto ano passado, três anos após publicado.

"Nesse caso, foi até certa fatalidade. Houve um erro de troca de números. Agora, o resultado geral da pesquisa, a tendência não muda. Muda o grau, mas não muda a conclusão geral, de que existe certa permissividade, certa tolerância com a violência contra a mulher. O crítico que fala que o Ipea está perdendo o foco pode perguntar o que o instituto tem a ver com a questão de gênero. Se você olhar a agenda da ONU (Organização das Nações Unidas), do Banco Mundial, da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), vai ver que essa questão é fundamental. As mulheres não são a minoria da população. São a maioria e há políticas que precisam ser desenhadas", afirmou Néri. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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