Investigado pela PF, blogueiro bolsonarista pode ter deixado o Brasil
Allan dos Santos é alvo de uma investigação da Polícia Federal que investiga fake news e ameaças contra membros do STF
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de agosto de 2020 às 10h12.
Última atualização em 1 de agosto de 2020 às 10h36.
Investigadores suspeitam que o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos deixou o Brasil em voo comercial com destino à Cidade do México. Segundo o Estadão apurou, a suspeita é de que ele tenha embarcado em avião da Aeromexico que decolou do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) na manhã de segunda, 27.
Allan dos Santos é investigado em dois inquéritos perante o Supremo Tribunal Federal : o que apura ameaças, ofensas e ‘fake news’ contra a Corte e o que investiga o financiamento de atos antidemocráticos em Brasília.
O blogueiro foi alvo de operações da Polícia Federal e, recentemente, teve seus perfis em redes sociais suspensos por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
Em live divulgada nesta sexta, 31, o blogueiro alegou que deixou o País para ‘manter a família em segurança’ por ter descoberto ‘plano de espionagem’ contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Sem provas, Allan dos Santos acusou embaixadas asiáticas, Moraes e o ministro Luís Roberto Barroso e até o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, de instalaram escutas ilegais.
Bloqueio
Allan dos Santos é um dos bolsonaristas que tiveram as contas sociais bloqueadas por ordem do ministro Alexandre de Moraes. A determinação foi proferida em maio, mas só fui concluída na última sexta, 24, e, segundo Moraes, de forma parcial.
Nesta sexta, 31, o ministro do Supremo intimou o presidente do Facebook Brasil a garantir o bloqueio total do perfil de Allan dos Santos e outros onze blogueiros e empresários bolsonaristas - segundo Moraes, brechas nas redes sociais permitiam que os conteúdos difundidos pelos perfis continuassem a circular apesar da suspensão.
A decisão foi tomada no inquérito que apura fake news contra a Corte. A medida foi justificada pela necessidade de ‘interromper discursos criminosos de ódio’ e solicitada ainda em maio, quando apoiadores do governo foram alvo de buscas em operação da Polícia Federal.