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Intervenção no Rio não ajuda Temer, aponta Ipsos

Duas semanas depois do início da ofensiva no RJ, a desaprovação do presidente oscilou de 93% para 94%, e que a aprovação se manteve em 4%

MICHEL TEMER: pesquisa sobre sua popularidade pode alterar cenário eleitoral / Ueslei Marcelino/ Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters)

MICHEL TEMER: pesquisa sobre sua popularidade pode alterar cenário eleitoral / Ueslei Marcelino/ Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de março de 2018 às 12h25.

São Paulo - O presidente Michel Temer não melhorou, ao menos em um primeiro momento, sua própria imagem diante dos eleitores ao decretar intervenção no setor de segurança pública do Rio, em 16 de fevereiro. É o que aponta a pesquisa Barômetro Político Estadão-Ipsos de março, feita duas semanas após o anúncio da medida.

O levantamento indica que a desaprovação a Temer oscilou de 93% para 94%, e que a aprovação se manteve em 4%. Os dados foram coletados antes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), no dia 14 de março.

A pesquisa, que avalia mensalmente a imagem de personalidades do mundo político e Judiciário, constatou que, em março, a maioria dos nomes listados permaneceu com suas taxas estáveis ou com oscilação dentro da margem de erro.

"A Nação está em compasso de espera enquanto assiste atônita ao caos da segurança pública e da falência do Estado", afirmou o diretor do Ipsos, Danilo Cersosimo.

Ele lembrou que a pesquisa Ipsos não é de intenção de voto. Os pesquisadores leem alguns nomes e pedem ao entrevistado para dizer se aprova ou não a maneira como eles atuam no País. O Ipsos ouviu 1.200 pessoas em 72 municípios, entre 1.º e 13 de março. A margem de erro é de três pontos porcentuais.

Como entre os nomes listados estão os dos principais presidenciáveis, é possível avaliar em que medida eles são vistos com simpatia ou rejeitados.

Segundo a pesquisa, todos os possíveis candidatos à Presidência têm a imagem desaprovada pela maioria da população - sete deles são rejeitados por dois terços ou mais. A exceção é o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que dialoga com o PSB, mas ainda não se decidiu se vai entrar na disputa. Barbosa é desaprovado por 42% e aprovado por 38% dos consultados.

O campeão de impopularidade é Temer, que cogita concorrer pelo MDB. O presidente via na intervenção no Rio uma maneira de reduzir sua desaprovação, que há mais de dez meses está acima de 90%.

O segundo mais desaprovado é o senador Fernando Collor (PTC-AL). Sua taxa é de 86%, uma das poucas que subiram em relação ao mês anterior (era de 81%).

Os demais possíveis candidatos desaprovados por dois terços ou mais da população são o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (71%), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (69%), o ex-ministro Ciro Gomes (66%), o ex-prefeito Fernando Haddad e o governador Geraldo Alckmin (66%), respectivamente do DEM, PSD, PDT, PT e PSDB. Nenhum deles tem índice de aprovação superior a 22%.

A desaprovação ao deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) ficou em 60%, dois pontos porcentuais a mais do que em fevereiro, e a aprovação se manteve em 24%.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é um dos nomes com maior taxa de aprovação (41%). Sua desaprovação é de 57%. Não houve alterações significativas no quadro do petista desde fevereiro. A ex-ministra Marina Silva (Rede) tem 30% de aprovação e 59% de desaprovação.

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