Integrantes do MTST se reúnem com diretores da Sabesp
Fora da Sabesp, cerca de 5 mil manifestantes, segundo os organizadores e a Polícia Militar, tocam cornetas e gritam contra falta de água na capital paulista
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2014 às 19h20.
São Paulo - Nove integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) estão reunidos neste momento com diretores da Sabesp , a companhia de água de São Paulo, para apresentar reivindicações e discutir a crise no abastecimento de água , que atinge todo o estado de São Paulo.
“Queremos ouvir as demandas para que a gente possa analisá-las e dar uma resposta a contento em todas as questões que forem colocadas, desde que existam condições de atendimento que a Sabesp, principalmente em áreas irregulares. [Nestas áreas, a Sabesp] não pode fazer a ligação de água, porque não existem condições legais para isso”, disse Hélio Rubens Figueiredo, assessor da diretoria.
Do lado de fora da Sabesp, cerca de 5 mil manifestantes, segundo número dos organizadores e da Polícia Militar, tocam cornetas e gritam contra a falta de água na capital paulista, problema que, segundo eles, afeta principalmente os moradores da periferia.
“Queremos denunciar o problema de racionamento seletivo que acontece em São Paulo. Uma coisa é fazer racionamento. Outra é dizer que não está fazendo e, na periferia, cortar água de noite”, disse Guilherme Boulos, um dos integrantes do movimento. Segundo ele, esta não é a primeira reclamação do movimento quanto ao problema da falta de água. Ele disse que em junho o MTST entregou uma lista à Sabesp citando bairros que enfrentariam problemas com o abastecimento de água. Hoje, disse Boulos, o problema afeta regiões do Jardim Angela, de Itaquera, de Paraisópolis e do Capão Redondo.
O ato, dizem os manifestantes, não é político. Indagado se o MTST modificaria ou ampliaria seus protestos, mais conhecidos pela luta por moradia, Josué Rocha, também integrante da coordenação do MTST, respondeu que o ato é feito hoje porque há falta de água nas periferias.
“A reivindicação de condições dignas de moradia também implica ter acesso à água. Água é bem essencial e tem tudo a ver com a questão de moradia. Está se sentindo falta de água nos lugares onde há ocupações [do MTST]”, disse ele.
A Polícia Militar acompanha a manifestação, que teve início por volta das 16h30 de hoje no Largo da Batata, zona oeste da capital, com um grande efetivo formado por cerca de 800 policiais e 140 viaturas.
Segundo o coronel da Polícia Militar Glauco Carvalho, o efetivo é necessário para “manter a tranquilidade, manter a paz no local e garantir o direito constitucional deles. Nosso objetivo é manter um movimento o mais pacífico possível”, disse ele.