Gilmar Mendes: passageiros receberam o ministro em avião aos gritos de "fora Gilmar" (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)
Luiza Calegari
Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 14h50.
Última atualização em 29 de janeiro de 2018 às 15h11.
São Paulo — O Instituto de Garantias Penais (IGP), presidido pelo advogado de Eduardo Cunha, Ticiano Figueiredo, divulgou uma nota de repúdio às "graves agressões" sofridas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
Mendes foi hostilizado durante um voo de Brasília (DF) a Cuiabá (MT). Em vídeo divulgado nas redes sociais, os passageiros perguntam: "vai soltar o Lula também depois? E o Aécio?".
Outras pessoas dizem que o "STF não presta para nada" e que o ministro é uma "vergonha para o país" e para "a família brasileira". Um coro grita, dentro do avião, "fora, Gilmar".
"A prática que se tem tornado comum, de gravar agressões para depois divulgá-las, tem a marca da covardia — já que não deixa ao agredido nenhuma chance de defesa", diz a nota, assinada por Figueiredo em nome do IGP.
"O IGP reconhece a lisura da conduta do ministro do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. A sua coragem e seu destemor frente ao populismo e à demagogia devem ser, isto sim, reverenciadas por todos. Ao Ministro e ao seu trabalho, o IGP reserva seu voto de aplauso", finaliza o texto.
Gilmar Mendes já tinha sido hostilizado em outra ocasião, enquanto passeava pelas ruas de Lisboa. Ele foi abordado por duas brasileiras. Uma delas perguntou: "O senhor não tem vergonha do que o senhor faz pelo país?”
“A gente pede para Deus levar o senhor para o inferno!”, disse a outra.
Na internet, um abaixo-assinado pedindo o impeachment do ministro do Supremo já obteve mais de 1,8 milhão de assinaturas.
https://www.youtube.com/watch?v=K7KCzxiqU08